O
Ministério da Saúde anunciou a ampliação de assistência para pacientes que
convivem com a doença de chagas, no Sistema Único de Saúde (SUS). Causada
pelo parasita Trypanosoma cruzi, ela é uma enfermidade negligenciada que
afeta milhões de pessoas em toda a América Latina, sendo o Brasil um dos países
mais afetados.
Atualmente
a doença é responsável por cerca de 4.500 mortes por ano no Brasil. Cerca
de um milhão de pessoas convivem com a doença no país. O maior número de
casos se concentra nos estados da região Norte. E aquele
ministério tem como prioridade a eliminação da transmissão vertical da
doença, quando ocorre de mãe para filho, além da ampliação do acesso ao tratamento
e reforço das ações de prevenção.
De
acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas, de 2022 até abril de
2023, foram registrados 61 casos confirmados de Doença de Chagas. Em 2022, os
casos se dividiram entre os municípios, da seguinte forma: 19 em Lábrea,
18 em Amaturá, 6 em Barcelos, 3 em Carauari e 3 em Manaus. Já em 2023, foram
registrados 6 casos em Itamarati, 1 em Barcelos e 1 em Humaitá.
Diante
deste contexto e com o intuito de ampliar a oferta de diagnóstico e tratamento
para a doença de Chagas, o Ministério da Saúde em parceria com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou articulação para apoiar as ações na cidade
de Abaetetuba, no Pará, com a compra de 60.000 testes rápidos em um projeto
piloto. Os exames estão em produção e está prevista a entrega de 45 mil testes
ainda neste mês e 15 mil em maio.
A
pasta apresenta que o Brasil registra cerca de 280 novos casos na forma aguda
por ano, com 80% destes casos por meio da ingestão de alimentos contaminados.
Esta análise, promovida pelo Ministério da Saúde, indicou uma tendência de
crescimento de casos na região Norte.
Transmissão
O
infectologista Hemerson Luz explica que a doença é transmitida pela picada de
um inseto, conhecido como “barbeiro”. Após a picada, ele deposita suas fezes no
local. E com a coceira, a pessoa acaba colocando os protozoários das fezes
na ferida feita pela picada. A transmissão também pode ocorrer por carnes mal
cozidas.
“O
barbeiro pode ser encontrado em locais com entulhos, monte de lenhas, ninhos de
pássaros, galinheiros, chiqueiros e também nas frestas das casas quando são
construídas principalmente de pau a pique”, alerta.
Formas
da doença
O
especialista afirma que a doença de chagas pode se apresentar de forma aguda e,
caso não seja tratada, evoluir para a forma crônica.
Fase
aguda:
Febre
prolongada (mais de 7 dias);
Alterações
cardíacas;
Cansaço;
Inchaço
no rosto e pernas;
Alterações
no fígado;
No
caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão semelhante a um furúnculo
no local
Fase
crônica:
“Muitos
pacientes evoluem para forma crônica e passam anos sem apresentar sintoma
algum. Porém as lesões vão acontecendo, principalmente com o aumento do coração
e o aumento do intestino. Pode causar sérios danos mais à frente”, explica
Hemerson.
Tratamento
no SUS
O
Ministério da Saúde informa que uma das formas de controle da doença de Chagas
é evitar que o inseto forme colônias dentro ou perto das residências. Caso
encontre algum dessa espécie em casa, é necessário acionar a vigilância local
para que as equipes técnicas realizem as ações de controle químico vetorial, se
necessário. No SUS, o tratamento aos pacientes é indicado e acompanhado por um
médico, após a confirmação da doença e os medicamentos são disponibilizados
gratuitamente.
Fonte: Brasil 61
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