Há 140 dias sem chegar a um acordo, a Convenção Coletiva do Trabalho – CCT/2023 da agricultura irrigada do Vale do São Francisco, vem causando sérios transtornos para a fruticultura regional e contabilizando prejuízos entre produtores e trabalhadores rurais.
Revoltados
com “a intransigência e a falta de compromisso da representação sindical dos
trabalhadores para com a própria categoria”, a Comissão dos Sindicatos
Patronais do Vale do São Francisco nos estados de Pernambuco e Bahia, divulgou
um documento, na manhã desta quarta-feira (24), cobrando uma resposta urgente
para resolver o impasse.
Entre
outras alternativas de negociação, os produtores se propõem a pagar um salário
de R$ 1.340,00, o que representa um aumento de 6,01%, com ganho real acima da
inflação. Outra proposta não aceita pelos sindicatos dos trabalhadores é a do
pagamento de um salário de R$ 1.354,00, significando um aumento de 7,12%, o que
agrega um ganho real de 1,33% acima da inflação que foi de 5,79%). Esta
proposta incluí a contrapartida de alteração do revezamento para tratoristas a
cada 6 meses.
De
acordo com o advogado da Comissão dos Sindicatos Patronais do Vale do São
Francisco, Fábio Schnorr, esta contrapartida não acarreta nenhum dano ao
trabalhador, pois a proposta dará continuidade as garantias de saúde e
segurança descritas na CCT (como exames complementares, treinamentos,
fornecimento de EPI’s e outras medidas preventivas), além de abarcar todas as
obrigações legais contidas na NR 31 (norma regulamentadora que foi assinada e elaborada
com a participação dos trabalhadores representados pela Confederação dos
Trabalhadores na Agricultura). “A alteração desta cláusula também é importante
para os tratoristas que aplicam defensivos, pois representará, sem prejuízo a
saúde deles, um ganho financeiro maior”, ressaltou.
Ainda
no documento, os produtores rurais afirmam que a representação dos
trabalhadores insiste nos mesmos pedidos que já fizeram e no desconto, todos os
anos, de uma diária de trabalho, para os trabalhadores (cerca de R$ 43,00), sem
autorização do próprio trabalhador.
A
comissão patronal encerra a nota, lembrando a crise financeira nacional e o
esforço de recuperação econômica pós epidemia da Covid+19, além dos aumentos
constantes dos custos na fruticultura e das chuvas que provocam prejuízos,
principalmente nas culturas de uva e manga.
Texto e foto: Ascom
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