A Anglo American firmou acordo de cooperação técnica e científica com o Instituto de Química Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG) para desenvolver, a partir da instalação e operação de uma planta-piloto, um laboratório para reprodução de equipamentos e processos de uma planta industrial, mas em uma escala intermediária. A capacidade é maior do que a que ocorre em testes de bancada e menor do que é encontrado em uma indústria de lixiviação.
Denominado
"Otimização do Processo de Lixiviação Ácida Atmosférica em Planta-Piloto
dos Minérios Ferruginoso e Ácido Marginal", o projeto recebeu
investimentos de R$ 1 milhão e tem validade prevista para outubro de 2024. Ao
final do projeto, o prazo pode ser ampliado. Os equipamentos ficarão com o
Instituto de Química da UFG. “É um projeto inovador que vai trazer não só
resultados para a unidade da Anglo American em Barro Alto como também para
vários stakeholders e a universidade é um deles”, afirma Marcelo Miranda,
coordenador de Processos da Anglo American.
A
Anglo American pretende estudar alguns minérios que já foram extraídos, estão
armazenados, mas não estão sendo utilizados pela companhia. Com os testes que
são feitos na planta-piloto montada no IQ/UFG, a expectativa é encontrar meios
para aumentar a produção de níquel e resolver alguns gargalos nos processos da
mineradora. Na UFG, a coordenadora do projeto é a professora do curso de
Engenharia Química, Indianara Conceição Ostroski. Ela explica que atuam no
espaço de 100 m², no bloco 1 do IQ, tanto profissionais da Anglo American
quanto docentes e estudantes da UFG nos níveis de graduação e mestrado. A
cooperação prevê também a divulgação pela UFG dos resultados obtidos, por meio
da publicação de artigos científicos.
O
estado de Goiás está entre os maiores produtores de níquel do Brasil e a Anglo
American é uma das principais mineradoras que atuam na região. Além dos
minérios ricos em níquel atualmente processados na indústria, a parceria com a
UFG permitirá fazer o processamento dos minérios que possuem maior teor de
contaminantes e menor concentração de níquel. Segundo Indianara, ainda não há
um processo bem definido para a recuperação dos metais de interesse, devido à
existência de composições químicas muito variadas nesses minérios. “Esse
beneficiamento do minério vai ser viável tanto economicamente como
ambientalmente”, afirma. Atualmente há três alunos de pós-graduação, do
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química; dois estudantes de iniciação
científica e quatro bolsistas do Instituto de Química. “Recentemente foi
enviado um manuscrito para uma revista de alto fator de impacto e já está sendo
avaliado por pares. Eu espero que seja o primeiro trabalho de muitos que a
gente possa fazer aqui nessa parceria”, comemora a coordenadora.
A
planta-piloto também tem recebido estudantes de graduação da UFG e de fora da
instituição em visitas técnicas. “O que nós queremos aqui com esse convênio,
com a instalação da planta piloto, é formar engenheiros químicos e químicos
qualificados que possam atuar no mercado da mineração, aqui no estado de
Goiás”, resume à coordenadora. “É a universidade fazendo o seu papel de
universidade, trazendo a parceria, aproximando as empresas, por meio de
contratos diversos, como esse acordo que estamos celebrando aqui”, afirma o
diretor do Instituto de Química da UFG, Wendell Coltro. “Goiás é um estado
muito rico e algumas das suas riquezas não são exploradas como poderiam,
inclusive na área de mineração".
Fonte:
Brasil 61
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