A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), informou que um pequeno grupo de sem terras tentou ocupar a fazenda de sua família, localizada no município de Terenos, no Mato Grosso do Sul, na madrugada deste domingo (30.abr.2023).
A
congressista também informou que os invasores deixaram a propriedade ainda pela
manhã de forma pacífica, depois de a Polícia Militar intervir. Não informou
qual organização teria sido responsável pela tentativa de ocupação.
Em
nota, a direção do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Mato Grosso do Sul negou que tenha
organizado a ocupação na fazenda da ex-ministra e repudiou “a tentativa de
vincular a luta do MST à ação ocorrida na propriedade ligada à senadora”.
“Ainda
que seja figura proeminente do agronegócio e tenha em seu histórico a condução
do Ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro, o MST não organizou
nem apoiou nenhuma ação em latifúndios da senadora”, disse.
Neste
mês, o MST ocupa propriedades como parte da Jornada Nacional de
Lutas em Defesa da Reforma Agrária, também conhecida como “Abril Vermelho”, que
se iniciou em 17 de abril. As ações têm sido criticadas, inclusive, pela senadora.
Na 2ª feira (24.abr), Tereza Cristina disse que o governo tem que criticar de forma mais incisiva as invasões de terras do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). “Invasão de terra é crime”, declarou.
Leia
abaixo a íntegra da nota da senadora:
OUTRO LADO
Leia
abaixo a íntegra da nota do MST:
“MST
NÃO OCUPOU ÁREA LIGADA À SENADORA DO MATO GROSSO DO SUL
“O
MST em Mato Grosso do Sul vem, por meio desta nota, afirmar que não realizou
ocupação em áreas ligadas à senadora Tereza Cristina (PP), em Terenos, MS.
Ainda que seja figura proeminente do agronegócio e tenha em seu histórico a
condução do Ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro, o MST não
organizou nem apoiou nenhuma ação em latifúndios da senadora.
“Na
Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária deste ano, conhecida
como Abril Vermelho, realizamos uma série de atividades com nossas famílias
acampadas, sendo que, nenhuma delas foi ocupação de terra. No último período,
aprofundamos nossas ações de solidariedade, principalmente, com indígenas. A
partir dos nossos cinco acampamentos e diversos assentamentos no estado, doamos
centenas de quilos de alimentos saudáveis, além de sementes agroecológicas para
diversas comunidades indígenas. Compreendemos que a luta de indígenas e Sem
Terra é a mesma no Mato Grosso do Sul, pois a concentração de terras pelas
elites agrárias atinge a ambos.
“Repudiamos
a tentativa de vincular a luta do MST à ação ocorrida na propriedade ligada à
senadora. Em um momento de avanço da criminalização contra o MST, através, por
exemplo, da instalação de uma CPI ilegal contra nós, tais vinculações só servem
para incitar a sociedade contra a luta legítima do movimento. É esta luta que
nos permitiu, durante a pandemia, doar mais de 8,5 mil toneladas de alimentos
saudáveis à população mais carente.
“Seguiremos
em nossa luta histórica em defesa da Reforma Agrária Popular, da produção de
alimentos saudáveis, da luta contra o latifúndio e da reconstrução do país.
“Direção
Estadual do MST no Mato Grosso do Sul
“Campo
Grande, MS, 30 de abril de 2023.”
Com informações do Poder 360
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