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Prevista
na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a educação profissional e
tecnológica tem como objetivo preparar os cidadãos para integrar o mercado de
trabalho com um processo de aprendizagem, como explica a doutora em educação
pela Universidade de Brasília (UnB), Caetana Juracy Rezende da Silva.
“A
educação profissional pode ser entendida como esse tipo de ensino que está
voltado tanto à profissionalização, à formação para um perfil profissional
específico, quanto também para a compreensão dos fundamentos científicos, dos
fundamentos tecnológicos, dos processos produtivos na nossa sociedade”.
A
especialista completa: “No sentido mais amplo, dentro do conceito de
formação profissional, podemos pensar como essa dimensão da vida que nos dá a
profissionalização, que nos dá a compreensão da vida produtiva e dentro da
legislação educacional relacionada aos sistemas de ensino, como uma
modalidade educacional”.
Segundo
a LDB, a educação profissional e tecnológica abrange os cursos de formação
inicial e continuada ou qualificação profissional, técnicos de nível médio e
graduação e pós-graduação. Para a doutora em educação, a modalidade de ensino
permite a ampliação das aprendizagens, conhecimentos e competências, gerando um
papel importante para o desenvolvimento do país.
“Ela
tanto tem um papel no desenvolvimento econômico, social, cultural da sociedade,
como tem um papel individual também das possibilidades que a gente tem de se
profissionalizar e de atuar nessa sociedade. Então, o papel dela estaria muito
ligado à construção da sociedade dentro das condições de sua existência”,
afirma.
Legislação
da educação profissional
Para
aumentar a qualidade dessa modalidade de ensino, foi proposta a Frente
Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica. A Frente EPT foi
criada pelo Projeto de Resolução do Senado (PRS) 31/2023, do senador Astronauta Marcos Pontes
(PL-SP). O PRS 31/2023 aguarda designação do relator para deliberação do
plenário.
O senador
Flávio Arns (PSB-PR) explica que a ideia da implementação da frente é que a
sociedade fique atenta ao tema.
“A
gente espera em um primeiro momento, chamar a atenção da opinião pública para a
grande importância da educação profissional e tecnológica para o nosso país. A
partir disso, junto com a sociedade, podemos usar as informações coletadas,
nesse espaço da frente para, por exemplo, articular medidas para a área com
apresentação de proposições legislativas, orçamentos e iniciativas das mais
diversas possibilidades”, afirma.
O
parlamentar ainda ressalta a importância de investir no ensino
profissionalizante para o país.
“A
educação tem que andar de mãos dadas com a ciência e a tecnologia, porque
estamos passando por uma fase de rápida ascendência do progresso tecnológico
que alguns até chamam de nova era digital. Assim, investir em educação para
ciência, tecnologia profissionalizante é investir no futuro da educação, ou
seja, um ensino que esteja mais alinhado ao mundo científico e tecnológico, o
qual transforma nossa sociedade numa velocidade nunca vista”, diz.
Histórico
Mas
o início da educação profissional e tecnológica no Brasil não data de
agora. Segundo o Ministério da Educação, a formação para o trabalho no Brasil
ocorre desde o tempo da colonização, durante o Brasil Império (1822 a 1889).
Mas
foi a partir de 1937 que a Constituição Federal instituiu o ensino
profissional como dever do Estado, e que os cursos seriam criados pelas
indústrias e sindicatos. A partir daí surgiram algumas legislações como um
importante avanço da educação profissional e tecnológica.
Dentre
os desdobramentos, a criação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial) em 1942, pelo Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro; a promulgação da Lei
Orgânica do Ensino Industrial (Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942), com a definição de
dois ciclos para este ensino; bem como o estabelecimento das bases
iniciais de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino
industrial (Decreto-Lei nº
4.127, de 25 de fevereiro de 1942).
Confira
os marcos dos últimos anos para a educação profissional e
tecnológica:
1991:
Criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) pela Lei nº 8.315
1996:
Promulgação da segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que
possuía um capítulo dedicado à educação profissional
1998-2002:
Definição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de
Nível Técnico e das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Profissional de Nível Tecnológico
2004-2008:
Definição de diretrizes nacionais para estágios supervisionados de estudantes
de educação profissional e de ensino médio.
2008:
Alterações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) sobre a
educação profissional e tecnológica pela Lei 11.741.
2012:
Definição das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio.
2017:
Regulamentação do Ensino Médio articulado à formação técnica e profissional em
um turno ou período pela Lei nº 13.415.
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