A
Embrapa Meio Ambiente realizou no dia 7 de junho o painel "O Sonho da Sustentabilidade virando Realidade".
Conduzido em formato híbrido, o evento celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente
e integrou as comemorações do 50º aniversário da Embrapa. O painel contou
com a participação de três mulheres que se dedicam à causa da sustentabilidade:
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa; Thais Vieira, diretora da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP); e Paula Packer,
chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente.
Cristiano
Menezes, chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente, moderador do
painel, abriu o evento com uma pequena homenagem a Paulo Nogueira Neto, grande
motivador das causas ambientais, um dos fundadores do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), que na década de 80 representou a América Latina na
construção dos conceitos de desenvolvimento sustentável no Conselho Mundial de
Desenvolvimento e Ambiente da ONU. “De lá para cá, nesses 40 anos muita coisa
mudou, e outras ainda precisam ser adequadas frente aos desafios atuais",
disse Menezes.
“É
uma honra muito grande estar nesse painel, nessa Unidade que é uma irmã da
Unidade de onde venho”, disse Silvia Massruhá. Para ela, não se pode falar do
avanço da agricultura sem falar da ciência e da tecnologia, não apenas da
Embrapa, mas das universidades brasileiras e internacionais e das instituições
de pesquisa. E a Embrapa precisa ter essa preocupação de trabalhar de forma
integrada, inclusive com a participação dos produtores, e fazer isso de forma
concreta e rápida, pensando no Brasil e na agricultura tropical. Silvia citou
como exemplo o estímulo previsto para adoção de boas práticas em cadeias
produtivas inovadoras, como o açaí, além das culturas tradicionais, como soja e
milho.
De
acordo com Silvia, a Embrapa precisa do apoio público e privado para o Brasil
continuar a ser protagonista no cenário mundial, levando tecnologia e ciência
para o campo, mostrando também como agregar valor de forma mais assertiva. O
consumidor final está provocando essas mudanças a favor da sustentabilidade,
pois está cada dia mais preocupado com o meio ambiente, com a saúde, com a
origem dos alimentos e com a transparência dos processos.
Além
disso, disse a presidente, "levar tecnologias ao pequeno e médio produtor
pode aumentar a renda, diminuir a desigualdade e a fome. Ter a visão do agro
como um todo é o que irá fazer esse sonho virar realidade".
Para
a diretora da Esalq, a sustentabilidade em rede e formação de pessoas na área e
construção de parcerias é de extrema importância para a pesquisa. “Nossos
programas foram criados com o eixo meio ambiente e sustentabilidade sempre com
transversalidade e ensinar por meio da pesquisa sempre foi nosso tom”, destacou
a diretora da Esalq. É nosso dever devolver para a sociedade boa parte do que
temos e a comunicação é muito importante para se conseguir isso”. A vantagem da
Esalq, destacou a diretora, é a rede de ex-alunos, e temos aqui alguns exemplos,
são pessoas que estão no mundo inteiro produzindo e compartilhando esses
conhecimentos.
"Piracicaba
é a cidade com mais agtechs do estado e muito disso saiu da Esalq", disse
Thais, "uma vez que cada aluno acaba se envolvendo com alguma linha de
pesquisa da Universidade. E não podemos esquecer que dentre os grandes
produtores do mundo somos o principal do hemisfério sul", salientou.
Paula
Packer falou um pouco sobre a trajetória da Unidade, que nesses 40 anos
amadureceu muito. “Esse olhar de mudanças foi muito importante para a construir
a base que somos hoje, trabalhando com agricultura e meio ambiente de forma
transversal e multifacetada, com um corpo técnico que trabalha em rede e isso
pode potencializar essa proposta de apresentar dados científicos para mostrar o
que o Brasil faz em matéria de sustentabilidade ambiental”.
Outro
ponto importante, destacou Paula, são os bios – bioinsumos, biofertilizantes,
bioenergia. Agregar valor é a base para a sustentabilidade, aliado ao digital e
à inovação. Paula citou o caso do Auras – bioinsumo que combate o estresse
hídrico e o desafio que é fazer chegar essas tecnologias ao consumidor
final. “Como escalonar esses produtos é o maior desafio que a gente tem,
disse. Ela lembrou da importância da queda do desmatamento, da mudança do uso
da terra que causa 50% das emissões de gases de efeito estufa no país. Os
desafios são grandes, mas a gente dá conta”, acredita.
O
evento proporcionou uma oportunidade única para ouvir as perspectivas dessas
líderes, suas visões, experiências e ideias sobre como o sonho da
sustentabilidade está se materializando nos sistemas de produção e sendo
replicado no dia-a-dia dos consumidores. O painel serviu para disseminar
conceitos e propostas sobre como podemos trabalhar juntos para criar um futuro
mais sustentável. A sustentabilidade é uma abordagem que permite reduzir os
impactos ambientais e minimizar os riscos à saúde humana, melhorando a
qualidade de vida, reduzindo a degradação ambiental, o desperdício e a
poluição. Além disso, a sustentabilidade pode gerar efeitos econômicos e
sociais positivos, contribuindo para um futuro mais próspero e equitativo.
Nesse
dia também foram expostas as fotos da coletânea de registros da presença de
animais silvestres na área da Unidade, organizada pelo GT Parque para a Semana
do Meio Ambiente.
Cristina
Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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