Morre Alysson Paolinelli, um dos maiores apoiadores da Embrapa

Bruno Carvalho, chefe-geral da Embrapa Acre, Alysson Paolinelli e Silvia Massruhá.

Faleceu nesta quinta-feira (29/06), aos 86 anos, o professor e ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que teve papel fundamental na estruturação da Embrada na década de 1970.  


"É inegável a liderança de Paolinelli na agricultura brasileira. Ele sempre acompanhou de perto e apoiou a Embrapa. Nossos gestores e empregados se solidarizam com a família e com todos os atores do agro nacional que têm em Alysson Paolinelli essa referência do setor", declarou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.


Engenheiro-agrônomo e professor universitário, Alysson Paolinelli é apontado por muitos como um dos maiores nomes por trás do desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira. Ele é um dos principais responsáveis pela introdução da tecnologia e da pesquisa na produção agrícola, o que se consolidou em boa parte  com a criação da Embrapa. Com isso, contribuiu para que o Brasil se tornasse uma potência no setor. Nos últimos anos, Paolinelli ficou conhecido por sua defesa da segurança alimentar mundial. Essa sua bandeira o fez ser indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2021.


Trajetória de Paolinelli


Alysson Paolinelli nasceu no dia 10 de julho de 1936, em Bambuí, MG. Segundo informações da Rede Paolinelli, que reúne detalhes da história do ex-ministro, ele percebeu muito cedo a importância da atuação do setor público no desenvolvimento agropecuário e na evolução da vida e renda da população, pois o pai dele foi engenheiro agrônomo e responsável pelo posto agropecuário da cidade.


Paolinelli deixou a cidade natal aos 15 anos para estudar em Lavras, no Sul de Minas. Em 1959, ele se formou engenheiro-agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla). No mesmo ano tornou-se professor na instituição, na qual mais tarde ocuparia o cargo de diretor.


No início da década de 70, Paolinelli foi secretário de Agricultura de Minas Gerais, assumindo com o desafio de implantar uma nova matriz produtiva no estado, baseada em incorporação de tecnologia e políticas de crédito estimuladoras de modernização. Seus programas de colonização agrícola do Cerrado Mineiro chamaram a atenção do Governo Federal que o convidou a ser ministro da agricultura em 1974.


Apoiador da ciência e tecnologia, Alysson Paolinelli liderou a estruturação da Embrapa, na primeira década da estatal. Por meio de um ousado projeto de pós-graduação, promoveu bolsas de mestrado e doutorado para que os pesquisadores da Empresa se especializassem nas melhores universidades do mundo. Em sua gestão, foi criado o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), com novos mecanismos de política agrícola e levando infraestrutura e tecnologia para produzir alimentos na região. As ações no bioma induziram à criação da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF).


Em 2006, Alysson Paolinelli foi premiado com o World Food Prize pelo incentivo à agricultura tropical brasileira na evolução da oferta de alimentos no mundo. Em 2012, ele fundou o Instituto Fórum do Futuro, voltado ao debate sobre o desenvolvimento sustentável, com foco em inovação, tecnologia e pesquisa. No Fórum, ele estava à frente do Projeto Biomas Tropicais, que oferece um novo caminho para a produção alimentar, preconizando a precedência da ciência na definição dos limites de uso sustentável dos recursos de cada bioma, antes do seu uso econômico.


Alysson Paolinelli também foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Desde 2022, era presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

 

Texto e foto: Ascom/Embrapa


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