A
defesa do casal investigado por hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes,
do Supremo, no último dia 14, decidiu contratar peritos para atestar a idoneidade do vídeo que registra parte da confusão no
aeroporto de Roma. O advogado Ralph Tórtima Filho, constituído por Roberto Mantovani Filho e Andréia Munarão, diz que a
perícia visa ‘evidenciar a ausência de edição’ na gravação feita por celular -
o conteúdo foi entregue por Tórtima à Polícia Federal na semana passada.
A
diligência foi anunciada pela defesa em meio à expectativa da chegada dos vídeos das câmeras
de segurança do aeroporto de Roma. A PF avalia que as imagens do circuito
de segurança do aeroporto possam dirimir contradições nas versões dos Mantovani
e de Alexandre de Moraes.
Antes
de as gravações do aeroporto aportarem na PF em Roma, a defesa dos Mantovani
entregou um vídeo aos investigadores. As
Segundo
o advogado Ralph Tórtima Filho, o vídeo mostra o ministro chamando um de seus
supostos agressores de ‘bandido’. É esse vídeo que a defesa diz que vai
periciar. A estratégia é tentar esvaziar o impacto das suspeitas que cercam os Mantovani e eliminem a
versão de que eles agiram com intuito ‘político’, o que manteria a
investigação no Supremo Tribunal Federal.
Tanto
o ex-ministro e sua família como os investigados pelas hostilidades já
depuseram à PF. Segundo apurou o Estadão, o Alexandre destacou que as
ofensas a ele dirigidas têm um viés ‘político’ e o intuito de ‘constrangê-lo’.
O ministro e sua família, ainda de acordo com investigadores, garantiram que as
imagens do aeroporto irão comprovar a versão.
À
PF, Alexandre de Moraes relatou, na última segunda-feira, 24, contou que foi
chamado de ‘bandido, comunista, comprado’. E, ainda, que os supostos agressores o acusaram de interferir
no pleito de 2022. “Você roubou as eleições, você fraudou as urnas.”
Oficialmente,
os Mantovani são investigados por supostos crimes de injúria, perseguição e
desacato.
O
criminalista Ralph Tórtima Filho, constituído por Andréia e Roberto, ironizou o teor do depoimento do ministro à PF. Ao
apontar para o que chama de ‘curiosa inovação’, Tórtima Filho ressaltou que na
representação para abertura do inquérito Alexandre não citou em nenhum momento
as frases ‘você roubou as eleições’, ‘você fraudou as urnas’.
Na primeira versão de Alexandre, por meio de representação escrita à cúpula da PF, ainda no dia 14 - data do entrevero em Roma -, não houve referência a urnas nem às eleições. É nesse detalhe que a defesa se apega para tentar neutralizar as suspeitas de ‘crime político’ atribuídas à Andréia Munarão e Roberto Mantovani Filho no episódio do aeroporto romano - versão que poderá manter o casal sob o crivo do Supremo Tribunal Federal.
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