“NYT” cita Moraes como exemplo de ataques ao Judiciário

“NYT” cita Moraes como exemplo de ataques ao Judiciário © Fornecido por Poder360 - Reprodução: The New York Times


O jornal norte-americano The New York Times citou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes como exemplo em reportagem que aborda a nova lei israelense, cuja 1ª parte foi aprovada na última 2ª feira (24.jul.2023) pelo Parlamento do país e que diminui o poder do seu Judiciário.

Intitulado de “Muito em jogo em Israel para a Suprema Corte: o destino da democracia”, escrito pela jornalista Emily Bazelon, pesquisadora sênior da Escola de Direito da Universidade de Yale, o texto traz questionamentos sobre o posicionamento tomado pela Suprema Corte de Israel frente à possível redução de seus poderes, quando, na 4ª feira (26.jul), anunciou que analisará os pedidos de recurso contra a reforma judicial.


Print da edição online da reportagem publicada neste domingo (30.jul.2023) pelo jornal norte-americano


Segundo a jornalista do NYT, a partir deste anúncio, a suprema Corte “estabeleceu uma escolha complicada para si mesma” e questiona: “[a Corte] Irá confrontar diretamente os poderes eleitos do governo ao derrubar a lei? Ou, em vez disso, governará de forma a evitar uma crise constitucional?”. 


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou o projeto de lei para reformar o Judiciário em janeiro, depois que uma decisão da Suprema Corte o obrigou a pedir a renúncia de seu aliado político e ministro Aryeh Deri, condenado por fraude fiscal em 2022.


A 1ª parte da lei, aprovada por 64 votos favoráveis e nenhum contra, proíbe a Suprema Corte de revisar decisões do governo com base no “princípio da razoabilidade” – uma ferramenta legal em que uma decisão é considerada “irracional” se o tribunal determinar que não foram considerados todos os fatores relevantes ou se não foi dado peso adequado a cada fator.


O conceito costumava ser usado por juízes para bloquear nomeações ministeriais e contestar decisões de planejamento, entre outras medidas do governo israelense.


Ao discorrer sobre situações, em outros países, em que o Judiciário “respondeu a ataques à sua independência”, Bazelon cita uma norma apresentada por Moraes ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), do qual é presidente, que permitia à Corte mandar excluir das redes sociais conteúdos considerados falsos ou descontextualizados sobre o processo eleitoral.


A regra dava mais poder ao Tribunal, uma vez que permitia a exclusão de ofício, ou seja, sem a necessidade de iniciativa externa. O objetivo era evitar a propagação de desinformação ou de conteúdos que o TSE definiu como irregulares.


A jornalista também afirma que, no Brasil, “a independência judicial esteve ameaçada, mas sobreviveu depois de chegar ao outro lado de uma eleição crucial”, em referência ao pleito de 2022, em que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno.


Ela ainda diz que, além da já citada decisão, Moraes “tomou outras medidas extraordinárias para impedir os ataques antidemocráticos de Bolsonaro”. 


OUTRAS REPERCUSSÕES DO NYT


Esta não é a 1ª vez que o New York Times repercute fatos da política brasileira. Em outubro de 2022, o diário norte-americano já havia reportado a decisão do TSE sobre a retirada de conteúdos considerados falsos de redes sociais, afirmando que o Brasil “se tornou um caso de teste em um crescente debate global sobre até onde ir na luta contra notícias falsas e enganosas”.


Em julho, o jornal também publicou uma reportagem falando sobre o “duro choque” recebido por Bolsonaro quando o TSE o tornou inelegível por 8 anos. O autor do texto, o correspondente Jack Nicas, questiona o porquê de Donal Trump, ex-presidente dos EUA, não ter tido punição similar, mesmo enfrentando acusações criminais.


No exemplo mais recente, houve também repercussão no jornal sobre a decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de não extraditar o suposto espião russo que se passava por um brasileiro nos EUA, Sergey Cherkasov. Segundo Dino, ele permanecerá preso no Brasil.


Fonte: Poder 360


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