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Planejamento
é palavra de ordem na hora de pensar em fazer uma dívida. Para o educador
financeiro Francisco Rodrigues, é importante avaliar a realidade financeira da
família antes de criar gastos. Ele acredita que a sociedade vive hoje um
“desespero social”. “Muitas pessoas estão devendo, muitas pessoas querem limpar
o seu nome e querem voltar para o mercado de crédito, para o mercado de
consumo”, avalia.
Até
11 de agosto, os Procons municipais e estaduais de todo o país, além de órgãos
integrantes do Sistema de Defesa do Consumidor, como Ministério Público e
Defensorias Públicas, passarão a atender a população superendividada que deseja
renegociar suas dívidas preservando o mínimo existencial de R$ 600. O programa
Renegocia vai abranger dívidas de diferentes fontes, como instituições
financeiras, empresas de telefonia, água e energia elétrica. Mas as dívidas
como pensão alimentícia, crédito rural e imobiliário, vão ficar de fora do
programa, pois não podem ser repactuadas.
O
educador financeiro diz que renegociar uma dívida é possível se a pessoa souber
se organizar. “Só vale a pena você tomar uma decisão com o credor se você puder
também fazer uma proposta ou uma contraproposta. Você tem que saber fazer a
renegociação e pagar a sua divida não pelo que cabe no seu bolso no momento,
mas, sim, se vai caber no seu bolso no curto prazo e no médio prazo. Muitas
pessoas fazem as suas renegociações e depois de 3, 4 ou 5 meses ficam
descontroladas e voltam a ficar negativadas. Então, é necessária muita atenção
na hora de pensar em melhorar a situação financeira”, alerta.
O
contador e conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade, Adriano Marrocos,
diz que algumas condições são importantes para se reorganizar
financeiramente, sem prejuízos futuros. “Primeiro, não existe economia na
família se todos não participarem. Essa é uma condição e uma decisão. Segundo,
não existe economia sem dor. Economizar dói porque você deixa de gastar e todos
acham que tem gastos que parecem ser necessários, mas não são. Terceiro,
desapegue. Veja em casa tudo aquilo que você não usa mais e desapegue”,
ressalta.
O
especialista acrescenta que é importante que as pessoas criem o hábito de fazer
uma planilha de gastos para não correr o risco de criar novas dívidas.
“Preencha uma folha com todos os gastos que são fundamentais: alimentação,
farmácia, aluguel, condomínio, energia, internet, conta de telefone e veja onde
pode cortar. Não é só economizar, é cortar. Veja aquelas despesas que podem ser
reavaliadas para poder cortar ou reduzir”, recomenda.
Mais
de 800 Procons municipais e estaduais aderiram ao programa e cerca de 250 foram
capacitados por técnicos da Senacon. O mutirão do Renegocia ocorre até 11
de agosto, e será realizado de forma presencial nos órgãos de defesa do
consumidor de todo o país ou através do portal consumidor.gov.br para a
negociação das dívidas.
Fonte:
Brasil 61
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