Foto arquivo
(*) Taciano Gustavo Medrado Sobrinho
Ola´carissimo (a)s Leitore(a)s,
Me reencontrei com um ex-aluno no
shopping e ao me ver o mesmo veio ao meu encontro e após um forte abraço me perguntou: “Professor
Taciano, por que o senhor deixou de dar aulas? ” Já se aposentou? Confesso que eu
não esperava uma pergunta assim bem objetiva e direta. Parei alguns segundos e
respondi: “
acesse o meu blog amanhã e você irá saber os verdadeiros motivos
pelos quais abandonei as salas de aula, pois se eu for relatar aqui para você
tomaria seu precioso tempo e o meu". Nos despedimos, e no retorno para
minha casa fui começando a pensar no questionamento do aluno, talvez pelo fato
de que nem eu mesmo havia me apercebido de que necessitava dessa explicação.
Então vamos la!
Há aproximadamente 35 anos atrás, primeiramente ministrando aulas particulares para poder conseguir algum dinheiro que me possibilitasse custear as minhas despesas pessoais, já que eu estudava agronomia e o curso funcionava e ainda funciona nos dois turnos e trabalhar seria impossível conciliar e já com esse experiência adquirida me profissionalizei pela primeira vez em uma sala de aula na educação, precisamente no dia 01 de março de 1987 a convite do saudoso Antonilio da França Cardoso, professor e diretor do colégio Dr. Edson Ribeiro, na cidade de Juazeiro- Bahia, nome de fantasia e Associação Educacional Dr. José Inácio da Silva razão social. A primeira pessoa que acreditou em mim e apostou de que daria certo.
Assumi uma disciplina pesada, onde até hoje a maioria dos brasileiros não gosta – a matemática – uma das minhas grandes paixões e ainda mais desafiador, pois eu iria substituir um dos melhores professores dessa disciplina que já conheci, chamado Joaquim Pereira Neto que acabara de deixar a escola para ingressar como professor de cálculo na Famesf – hoje, o Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da UNEB. Nessa época eu acabará de concluir o curso de Agronomia e estava desempregado, como todos aqueles que são egressos das universidades e tem que ralar para conseguir uma colocação no mercado do trabalho. Essa oportunidade me dada pelo eminente e saudosos professor Antonilio foi quem fez despertar em mim o gosto e a paixão pela educação como professor.
Foram incontáveis os números de alunos que passaram
por minhas mãos e aprenderam um pouco da ciência matemática, eu hoje não
saberia quantificar. Muitos já se tornaram pais de famílias e profissionais em
diversas áreas, desde da medicina, direito, educação, engenharia, politica,
jornalismo e outras mais ...
Vivenciei uma época anterior ao surgimento das
Novas tecnologias de Informação (NTI´s) onde sequer internet havia, pois,
a mesma só começou a engatinhar no Brasil no final dos anos 80 e início dos
anos 90, precisamente em setembro de 1988 quando no Laboratório Nacional
de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso
à Bitnet, através de uma conexão de 9 600 bits por segundo estabelecida com a
Universidade de Maryland Dois meses depois foi a vez da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que também ligou-se à Bitnet, por meio
de uma conexão com o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), em
Chicago. Algum tempo depois, a Fapesp criou a rede ANSP (Academic Network at
São Paulo), interligando a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de
Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Mais tarde, ligaram-se à
ANSP a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRS). (fonte: oficinadanet)
Naquela época nos professores recorríamos aos livros excelentes de
matemática existentes na época de fantásticos autores – desnecessários
cita-los, quem foi da época saberá a que me refiro – e contávamos com alunos
aplicados e dedicados, atenciosos em sala de aula, evidentemente ressalvando o
aspecto da tenra idade deles e a fase da rebeldia , o que era prontamente
aceitável. Lembro-me que na época a carga horaria de matemática era de 6 aulas
semanais distribuídas entre álgebra e geometria + trigonometria.
Passados todos esses anos fui testemunha da degradação pela qual a
educação brasileira passou e vem passando, evidentemente que , sem querer ser
bairrista ou preconceituoso, mas as NTI´s vieram para ficar, isso é
certo, mas como tudo na vida tem seu lado bom e ruim, elas trouxeram muitos
benéficos e facilidades para o ser humano, mas também muitas coisas negativas,
e para piorar, surge as tecnologias de comunicação como os celulares, antes
analógicos e até ai as coisas ainda funcionavam bem nas escolas, mas logo em
seguinte eis que aparece os celulares digitais ultramodernos e com eles as
chamadas redes de integração ou redes sociais.
Pronto! A partir desse marco entramos em fase da bestialidade e do
emburrecimento. Segundo se propaga, o próprio Albert Eisntein havia proferido
essa seguinte frase: “Temo o dia em que a tecnologia se
sobreponha á nossa humanidade. O mundo só terá uma geração de idiotas."
.
A Autoria da frase pode até ser contestada,
mas a sua evidencia não. Por afirmo isso, por que quem está in locu nas salas
de aulas todos os dias da semana lidando com alunos que não querem nada com
nada e que se permitirem passam 24 horas ligados nos celulares
e nas redes sociais só vendo e aprendendo o que não lhe é útil e o
pois sendo disseminadores de noticias falsas, as chamadas Fake News.
Nem as poucas horas que passam na escola - cerca de 3 horas e 1/2 não
respeitam.
Certa feita em uma das minhas aulas de matemática financeira em um curso da educação profissional, eu ministrava um conteúdo e a maioria dos alunos pouco davam importância, era como e eu não existisse dentro da sala de aula e percebi que eles estavam mais preocupados em acessarem e ficarem lendo as mensagens do whast app e ainda tinha aquele a ou aquelas qeu soltavam gargalhadas e risos histéricos de algo engraçado que ela havia visto em algum vídeo que circulava pela internet. E esse fato não só acontecia comigo, mas com os demais colegas professores.
E
o pior nem você como professor e nem a direção da escola, não poderia e
não pode exigir que o aluno desligue os aparelhos e os guardem, pois contraria
a tal "pedagogia do oprimido", teoria
essa que eu nunca em todos esses meus anos de docência apliquei,
pois sempre soube que ela de pedagogia não tem nada, e que deveria ser chamar
"pedagogia da anarquia".
O resultado de tudo isso?
pelo lado dos estudantes! Jovens emburrecidos, aumento de gravidez precoce em jovens de 15 anos abaixo, falta de perspectivas de futuro, aumento no consumo de álcool & drogas pelos jovens, de suicídios, de agressões a pais e professores e jovens desprovidos de limites e que acham que podem tudo, afinal as lei estão do seu lado.
Pelo lado dos professores!
Aumento nos casos de aposentadorias
precoces causadas por ocorrências de doenças ocupacionais como: Crise de
estresse, depressão, síndrome de Burnout, desestimulo e desmotivação
com a profissão e outras mais.
Portanto, meu nobre ex-aluno, você, que
me questionou por que eu deixei as salas de aula, espero ter respondido. O
texto foi longo mas se fez necessário.
OBSERVAÇÃO:
Só pra esclarecer!! Estou abandonando as salas de aulas (Ensino presencial) , não a matemática e nem as outras modalidades de ensino como as remotas, On line , EAD !!
(*) Possui graduação em
Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e
graduação em BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESA - FACAPE pela FACULDADE DE
CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF - Universidade Federal
do São Francisco Atuou como professor do Instituto Federal de Educação, ciência
e tecnologia do sertão Pernambucano - Campus de Petrolina-Pe , ministrando a
disciplina Engenharia Econômica no curso de Técnico em Sistemas de Energia
Renováveis com carga horaria de 30 horas no primeiro semestre de 2017.
Professor substituto da UNIVASF,, nas áreas de Agronegócio, Contabilidade e
Gestão e Negócios com ênfase em Engenharia Econômica e Análise de Investimentos.,
Economia, lotado no Colegiado de Engenharia da Produção no período de Março de
2013 a Março de 2015. Exerceu a função de professor- tutor em EAD -Ensino na
modalidade a Distância, pela Kali Assessoria de Serviços Administrativos e de
Informática Ltda no período Janeiro de 2008 a Outubro de 2009 e Professor Tutor
pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Bahia-FTC no período de Novembro de
2009 a Julho de 2012 com vínculo empregatício em ambos , regido pela CLT e
Professor do CETEP- Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do
São Francisco da SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA- SEC. do período de
Junho de 2009 a Maio de 2013 , aprovado em seleção pública - REDA. Atualmente é
professor do CEEP - CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO NORTE BAIANO, aprovado
em seleção publica realizado em junho de 2015 tem experiência na área de
Agronomia, com ênfase em Elaboração de projetos agrícolas, bem como experiência
na área de administração como Superintendente de Instalação Operacional de Base
de Derivados de Petróleo por 08 anos pela Esso Brasileira de Petróleo Limitada.
Possui experiência como Docente nas disciplinas de Matemática de 2º Grau e
Matemática financeira por mais de 20 anos. Docente de nível superior por mais
de 05 anos e em atividade.
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