Um
a cada três empresários considera o ensino profissionalizante o ponto mais
forte da educação pública brasileira, segundo dados de um levantamento do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da
Indústria (Sesi). Na amostragem total, a modalidade está na frente, com
33%, seguida do ensino superior (23%), ensino fundamental (12%),
especialização/pós-graduação (10%), ensino médio (10%), alfabetização (6%)
e creches (6%).
A
avaliação da qualidade da educação brasileira é um dos itens do estudo que
abordou ainda as prioridades para a educação e as atividades mais promissoras
para os jovens nos próximos anos no Brasil, além dos principais pontos
positivos e obstáculos para o jovem decidir cursar ensino técnico/
profissionalizante.
O
ensino profissionalizante aparece com a melhor avaliação (55% acham ótimo ou
bom, 35% regular, 9% ruim ou péssimo e 2% não souberam responder), seguido pela
especialização/pós-graduação (54% ótimo ou bom, 33% regular, 9% ruim ou péssimo
e 3% não souberam responder). Já o ensino médio foi o pior avaliado
(14% bom e 39% ruim ou péssimo).
Para
o diretor do Sesi e do Senai, Rafael Lucchesi, a educação profissional exerce
um papel importante no sentido de melhorar a qualidade da educação brasileira.
“As pesquisas do Inep demonstram que os jovens que fazem educação técnica junto
com a educação regular têm notas melhores em linguagem e matemática, o que
já é uma demonstração clara desse avanço, além de terem ao fim uma
profissão. Isso aliado à transição demográfica brasileira e
à necessidade de melhor inclusão dos jovens no trabalho”, afirma.
A
pesquisa ainda revela que 92% dos entrevistados concordam que os cursos
técnicos/profissionalizantes permitem um ingresso mais rápido no mercado de
trabalho. Lucchesi ressalta que o ensino técnico pode ter o duplo papel de
aumentar a geração de riqueza com ganhos de produtividade.
“O
Brasil tem um grave problema de baixa produtividade e isso tudo vai estabelecer
um círculo virtuoso, vai melhorar o engajamento dos jovens do trabalho, bem
como vai facilitar as políticas de inclusão, de reduzir a exclusão de jovens
nem-nem [jovens que nem estudam e nem trabalham], criando com isso
políticas sociais mais sustentáveis, redução da violência, melhor engajamento
dos jovens no mundo do trabalho e reduzir o pesado fardo da exclusão social
brasileira”, diz.
Atividades
mais promissoras para os jovens
O
estudo lista carreiras consideradas promissoras para a inclusão profissional de
jovens no Brasil nos próximos anos. Foi perguntado aos empresários que
formação técnica indicariam para um jovem. As principais recomendações são:
Tecnologia
da informação (30%);
Mecânica
(10%);
Eletricista
(9%);
Administração
(8%);
Automação
industrial (5%);
Mecatrônica
(4%).
Em
pergunta espontânea, 7 em cada 10 empresários citaram a área de TI como a
atividade mais promissora nos próximos 10 anos:
Tecnologia
da Informação (TI) (68%);
Áreas
da saúde (11%);
Engenharias
(10%);
Automação
industrial (5%);
Agronomia
(4%);
Marketing
digital (2%).
Pontos
positivos do ensino técnico/profissionalizante
Dentre
os pontos positivos do ensino profissionalizante apresentados pelos empresários
estão: preparar melhor para o mercado de trabalho (45%), cursos mais focados
(28%), cursos mais práticos (22%), boa aceitação no mercado de trabalho (18%),
ter mais conhecimento/habilidades (17) e começo na carreira profissional (16%).
Cada entrevistado podia apontar dois itens considerados importantes.
Curso
com menor duração ou mais rápidos, mensalidades mais baratas, ter um trabalho
sem precisar de ensino superior, boa remuneração e materiais mais baratos
também foram citados.
Entre
os empresários, 34% acreditam que o principal obstáculo para o jovem decidir
por um curso técnico/profissionalizante é a falta de interesse pessoal, seguido
de falta de incentivos (25%), falta de informação (22%), falta de
vagas (15%), todos os motivos anteriores (2%) e outros motivos (2%).
A
pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI)
entre os dias 31 de março e 10 de abril de 2023. Foram entrevistados 1.001
executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte sobre educação e
formação no Brasil. A pesquisa foi feita com uma amostra de 500 empresas
pequenas e 500 empresas médias e grandes.
Fonte: Brasil 61
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