Transplante de órgãos
O
transplante de coração feito pelo apresentador brasileiro Fausto Silva,
conhecido por Faustão, levantou o debate sobre o tema no país.
O
sistema público de saúde no Brasil
Segundo
o Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior programa público de transplante de
órgãos do mundo. O SUS (Sistema Único de Saúde) é responsável pelo
financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.
O
Brasil é referência mundial na área de transplantes
Isto
signifca que o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos
EUA.
Transplantes
em 2021
Para
que se tenha uma ideia, no total, foram realizados 7.471 transplantes de
órgãos, em 2021. Destes, 334 foram transplantes de coração e 2.056, de fígado.
A
doação de órgãos no Brasil
No
Brasil, a doação de órgãos e tecidos só será realizada após a autorização
familiar. Por isso, é importante comunicar à família caso deseje ser um doador.
Isso pode ser feito de maneira informal, com uma simples conversa.
Os
tipos de doador
A
doação também pode ser feita em vida. Neste caso, é possível doar um dos rins,
parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, sempre que houver
compatibilidade sanguínea, segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Como
ser um doador em vida?
Pela
legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não
parentes, somente com autorização judicial.
Doar
órgãos após a morte
Pacientes
que foram diagnosticados com morte encefálica, por exemplo, vítimas de
traumatismo craniano ou AVC, podem doar: rins, coração, pulmão, pâncreas,
fígado e intestino, além de tecidos, como córneas, pele, cartilagem, medula
óssea, veias e artérias.
A
morte encefálica
A
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos esclarece que a morte encefálica
é permanente e irreversível. O indivíduo não consegue mais realizar as funções
vitais, como respirar e manter o fluxo sanguíneo. Assim, não poderia ser
confundida com um coma.
Quem
não pode ser um doador?
Apesar
de não existir uma restrição absoluta, a doação de órgãos requer alguns
critérios mínimos, como o conhecimento da causa da morte, a ausência de doenças
infecciosas ativas, dentre outros, de acordo com a BBC Brasil.
Em
quanto tempo um órgão pode ser transplantado?
Todo o processo exige uma logística cuidadosa. O tempo de espera, depois da retirada do órgão de seu doador, até que seja transplantado no receptor, é chamado de isquemia. É o tempo máximo que cada órgão aguenta sem a circulação sanguínea.
Os
tempos de isquemia de cada órgão
Coração:
4 horas. Pulmão: de 4 a 6 horas. Rim: 48 horas. Fígado: 12 horas. Pâncreas: 12
horas. O transporte dos órgãos precisa ser feito em uma caixa térmica que
mantenha temperaturas entre 2ºC a 8°C.
A
lista única de espera
Para
entrar na lista de espera, o paciente precisa ser cadastrado por seu médico. O
sistema de lista única tem ordem cronológica de inscrição. Deste modo, os
receptores são selecionados em função da gravidade ou compatibilidade com o
doador. As crianças têm prioridade quando o doador também é menor de idade ou
quando concorrem com adultos, informa a Associação Brasileira de Transplante de
Órgãos.
É
possível "passar na frente"?
Além
da ordem cronológica, também são considerados fatores clínicos, como o estado
do paciente ou risco de morte. Nestes casos, é possível ser priorizado na fila.
Como
está a lista de espera no Brasil?
Atualmente,
a lista de espera por transplantes tem mais de 66 mil pessoas, em todo o país.
Na fila de espera por um coração, há 379 pessoas. Por outro lado, há 37 mil
pacientes à espera de um rim.
Transplantes
de coração em 2023
Segundo
o Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2023, foram realizados
206 transplantes de coração no país, o que representa um aumento de
16% em relação ao mesmo período de 2022. O SUS dá assistência gratuita aos
pacientes, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e
medicamentos pós-transplante.
Os
riscos do transplante
O
maior risco pós transplante são de infecções, que podem se desenvolver depois
de qualquer procedimento cirúrgico. No caso do transplante, este risco aumenta,
já que o paciente tem de ficar no hospital por um período prolongado e sob
efeito de medicamentos imunossupressores.
Rejeição
a órgãos
Samuel
Steffen, cirurgião cardiovascular da Rede D’Or São Luiz, explicou à CNN:
"É um coração de outro ser humano, com outro DNA, com outras células. O
organismo que recebeu esse coração pode desenvolver rejeição ao órgão”.
Como
evitar a rejeição
Para
evitar que isso ocorra, após a cirurgia, o paciente deve tomar medicamentos
imunossupressores, diminuindo o risco de desenvolver rejeição.
A
sobrevida após o transplante
De
acordo com o Ministério da Saúde, o sucesso do transplante depende de inúmeros
fatores, como a causa da doença e as condições de saúde do paciente. A
sobrevida dos transplantados tem sido cada vez maior. O valor médio aproximado
de sobrevida, depois de um ano, é de 70% para o enxerto e para o paciente.
O
transplante salva milhares de vidas, todos os anos
O
transplante pode trazer grandes benefícios às pessoas afetadas por doenças que,
de outro modo, seriam incuráveis.
Fonte: The Daily Digest
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