O
candidato à Presidência do Equador Fernando
Villavicencio, de 59 anos, teve sua ascendente carreira política interrompida
na tarde desta quarta-feira (9) ao
ser assassinado na capital do país, Quito. Ele deixava um compromisso
eleitoral quando foi atingido por três tiros. Os
demais postulantes interromperam suas campanhas após o fato.
Nascido
em 11 de outubro de 1963, em Alausí, Fernando Alcibiades Villavicencio Valencia teve
uma intensa trajetória como jornalista e sindicalista ao mesmo tempo em que
abraçava a carreira política.
studou
jornalismo e comunicação na Universidade Cooperativa da Colômbia, na qual se
formou e iniciou seus trabalhos como comunicador social. Logo em seguida,
iniciou na carreira política como um dos fundadores do Partido Pachakutik, em
1995.
No
ano seguinte, começou a trabalhar na Petroecuador, a companhia petrolífera
estatal do país. Lá, atuou com jornalismo e logo assumiu posições sindicais.
Ele se manteve como um líder dos trabalhadores da companha até 1999, quando foi
demitido por uma ordem do então presidente Jamil Mahuad.
Mesmo
longe da Petroecuador, continuou denunciando os problemas da companhia, como
delitos ambientais e trabalhistas. Ganhou notoriedade como um dos mais
ferrenhos críticos do então presidente Rafael Correa.
Em
2017, concorreu e foi eleito a uma vaga na Assembleia Nacional. Ocupou o cargo
até maio deste ano, quando o presidente Guillermo Lasso assinou
a “morte
cruzada”, que resultou na dissolução do parlamento equatoriano.
Crítico
do correísmo e do governo Lasso, Villavicencio foi um dos personagens mais
visíveis nas denúncias de corrupção nos setores de petróleo, energia,
telecomunicações e estruturas criminosas, segundo seu perfil na Assembleia
Nacional do Equador.
Ele
afirmou que o Equador havia se tornado um “narcoestado” e propôs restaurar a
segurança com as forças armadas e a polícia nas ruas; e, ao mesmo tempo,
liderar uma luta contra o que ele chamou de “máfia política”.
“Hoje
o Equador está dominado por Jalisco Nueva Generación, o cartel de Sinaloa –
ambos mexicanos – e também a máfia albanesa. Em outras palavras, está claro
para a América Latina, assim como para a Colômbia e o México, que não é possível,
pois o narcotráfico se instala em uma sociedade e a subjuga sem o concubinato e
conivência do poder político”, disse ele em entrevista à CNN em maio
passado.
Após
a perda do mandato, Villavicencio anunciou que se candidataria à Presidência do
Equador, nas eleições marcadas para 20 de agosto, pelo Movimento Construir.
Foi
casado com Verónica Sarauz, com quem teve cinco filhos.
Fonte: CNN Brasil
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