O
general Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário-executivo do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI), culpou o ex-ministro e também
general Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, pela
desarticulação que levou à invasão do prédio do Palácio do Planalto no dia 8 de
janeiro. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram
e depredaram as sedes dos Três Poderes em uma tentativa de derrubar o governo.
As declarações de Penteado foram dadas em depoimento à CPI dos Atos
Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta
segunda-feira, 4.
Na
semana passada, em depoimento na CPMI do 8 de janeiro no Congresso, Gonçalves Dias havia afirmado que cobrou do general Carlos
Penteado o motivo de o cordão de isolamento da PM em fente ao Planalto não ter
sido montado. Ele chegou a dizer que usou um palavrão e que Penteado não o
respondeu, mas prosseguiu para determinar a execução do “plano escudo”, para
proteger o prédio. Ele também disse ter recebido informações divergentes dos
subordinados. Segundo ele, Penteado teria dito a ele que não precisava
comparecer ao Palácio naquela data.
O
número do 2 do GSI, porém, contou aos deputados distritais uma versão
divergente. Alegou que Gonçalves Dias não lhe deu ordens nem usou palavrões e
que o ex-chefe teria retido alertas da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin), o que teria contribuído para que o Plano Escudo não tivesse sido
acionado.
Todas
as ações conduzidas pelo GSI no dia 8 de janeiro de 2023 estão diretamente
relacionadas à retenção pelo ministro Gonçalves Dias dos alertas produzidos
pela Abin, que não foram disponibilizados oportunamente para que fossem
acionados todos os meios do ‘plano escudo’. Nesse ponto é necessário destacar
que, se a coordenação de análise de risco, responsável pela elaboração da
matriz de criticidade, tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao
ministro Gonçalves Dias pelo diretor da Abin, Saulo Moura, as ações previstas
pelo ‘plano escudo’ teriam impedido a invasão do Palácio do Planalto”, afirmou
o general Carlos Penteado. O militar disse ainda que foi designado para a o
cargo no GSI pelo Comando do Exército em 30 de julho de 2021, ainda quando o
chefe da Pasta era o general Augusto Heleno, no governo de Jair Bolsonaro. Ele
afirmou que, na transição, foi convidado por Gonçalves Dias a permanecer no
cargo para organizar a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), quando 10 mil militares e policiais foram mobilizados. Na época,
havia a disposição dos integrantes do GSI de entregarem os cargos antes do petista
assumir.
Penteado
disse aos deputados distritais quer não recebeu nenhuma mensagem sobre
possíveis atos de violência no dia 8 antes da invasão da sede dos Três Poderes.
Ele contou ainda que foi ao Palácio naquele dia 8 e afirmou ter pedido reforços
ao Comando Militar do Planalto em conversa com o general Gustavo Henrique
Dutra, então comandante do CMP. Também confirmou que Gonçalves Dias foi ao
prédio do Palácio no meio da tarde e que o ministro só deu a ordem para prender
os vândalos depois da chegada do reforço da tropa de choque da Polícia Militar.
Até
então, os militares do GSI estavam expulsando os vândalos do lugar. O Palácio
foi retomado às 17h30. “Minhas opiniões e pensamentos não são norteadoras das
minha atuação funcional”, afirmou o general Penteado, que era um dos oficiais
da ativa mais ativos na defesa de Jair Bolsonaro até 2019, em sua conta do
Twitter, até que o então comandante do Exército, Edson Pujol, publicou resolução disciplinando o uso de redes sociais pelos
militares da Força Terrestre.
Com informações do Estadão
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