Foto ilustração - Internet/Google
Apenas
os supermercados deverão sobreviver diante da preferência cada vez maior do
consumidor brasileiro por fazer compras pela internet. A tendência de comprar
através de plataformas virtuais veio para ficar e pode decretar a falência
da maioria dos comércios do país, com exceção dos supermercados e
hipermercados. Esta é a opinião de especialistas ouvidos pelo Brasil 61, que
analisaram o cenário revelado por pesquisas e levantamentos,
divulgados desde o período da pandemia. Os números demonstram que o Brasil
quase triplicou as vendas eletrônicas, ao mesmo tempo em que hoje é o segundo
no planeta onde a preferência do consumidor é usar o e-commerce.
Os
números demonstram que o Brasil quase triplicou as vendas eletrônicas, ao mesmo
tempo em que hoje é o segundo país no planeta onde a preferência do consumidor
é fazer compras pela internet. De 2019 a 2022, o valor de bens e serviços
comercializados no Brasil pela internet totalizou R$ 450 bilhões,
segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O
valor é mais que o dobro do triênio anterior — entre 2016 e
2019 —, quando o montante de bens e serviços contratados através de
plataformas virtuais foi de R$ 178,07 bilhões.
Outro
dado que demonstra o crescimento do setor vem da YouGov Global Profiles,
multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line. Segundo ela, cerca
de 55,1% dos adultos no Brasil preferem comprar pela internet, em vez de
optarem por lojas físicas. A porcentagem revelada pela pesquisa da YouGov está
muito acima da média geral da América Latina, que é de apenas 35,1%.
A pesquisa da YouGov abrange 48 países consumidores. A preferência dos
brasileiros também se destaca no cenário global: em média, 40,1% dos
entrevistados em todo o planeta dizem preferir fazer compras on-line — um
número estatisticamente inferior ao do Brasil, que em comparação a outros
países só perde para a China (maior mercado consumidor do mundo, devido ao
excepcional número de habitantes do país asiático).
Para
André César, cientista político especializado em economia, o volume do e-commerce
brasileiro tende a crescer cada vez mais; “Esta é uma situação quase
inevitável, devido à evolução tecnológica. É algo que se adequa ao dia a dia,
cada vez mais corrido, cada vez mais puxado, cada vez com menos tempo",
afirmou, para acrescentar: “Eu não vou sair para comprar um
tênis: eu vejo o número, vejo o modelo, vou lá com o conforto de não
ter que sair de casa”.
Por
outro lado, o especialista alertou para o lado negativo do crescimento
inevitável do mercado eletrônico. “Aparentemente, essa modalidade reduz
empregos. Ela fecha aquele comerciozinho simpático do lado do seu bairro,
diminui força de trabalho. E aí é um problema, que você tem que repensar,
onde realocar esse pessoal”, afirmou.
Aumento
da concorrência
Na
visão do professor universitário Renan Silva, que leciona Economia no Ibmec
Brasília, o principal ponto positivo provocado pelo crescimento das compras online
é o aumento da concorrência. “As plataformas são abertas e globais
— e isso aumenta a base de comparação. Então, o consumidor, nesse ponto, é
beneficiado na medida que tem uma maior concorrência, tanto em termos de
qualidade de produto, como em termos de preço”, destacou.
Outra
grande vantagem, segundo ele, diz respeito às vantagens competitivas com
relação ao preço, pelo motivo de as empresas do mercado eletrônico não terem as
mesmas despesas das lojas físicas e também por disporem de uma logística
otimizada, permitindo que o produto chegue com preço mais baixo na casa do
consumidor.
“Essa
tendência é tão forte que a gente até nota que muitos consumidores, por
exemplo, hoje, vão passear nas lojas físicas, no shopping, com uma intenção de
buscar entretenimento, experimentam produtos, verificam e, depois, ao chegar em
casa, compram na plataforma, porque o custo da mercadoria realmente é mais
baixo quando comprado nas plataformas de varejo”, observou o
especialista.
Supermercado
é exceção
Por
outro lado, Renan Silva concorda com o raciocínio de André César, a respeito da
ruptura e da tendência de fecharem as portas de lojas e estabelecimentos
comerciais tradicionais. De acordo com o economista, as grandes varejistas vêm
enfrentando um considerável aperto financeiro, devido à concorrência, causada
pelo novo comportamento do consumidor.
“Eu
poderia acrescentar que é uma tendência, isso não deve mudar, ao contrário, [as
compras pela internet] deve ser um mercado que vai se consolidar, o consumidor
vai ser privilegiado nesse ponto, que ele vai ter base comparativa global e de
fato realmente haverá uma ruptura de mercado no varejo”, afirmou o professor.
“À exceção dos supermercados e hipermercados, que deverão ter uma sobrevida
ainda por um bom tempo”, diferenciou.
Fonte:
Brasil 61
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