O
quinto envolvido no enfrentamento entre policiais e uma facção criminosa em
Salvador (BA) foi localizado por equipes da Polícia Federal (PF) e da Patamo na
madrugada deste sábado (16).
Com
ele, apreenderam uma submetralhadora, carregador e munições, segundo
informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). A PF e as
polícias Civil e Militar do estado da Bahia seguem à procura dos demais
integrantes da facção que entrou em confronto com agentes nessa sexta-feira
(15).
Na
manhã deste sábado, o diretor-geral em exercício da PF, Gustavo Souza, e o
secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, além de outras
autoridades, se reuniram para discutir ações de combate ao crime organizado e
traçar estratégias para encontrar os outros envolvidos nos disparos contra as
forças de segurança. A informação é da SSP do estado.
O
especialista em segurança pública Leonardo Sant’Anna avalia que o ocorrido é o
“espelhamento” do investimento feito pelo crime organizado na última década.
Ele afirma que a morte do policial federal na operação — profissional de alto
nível de treinamento — mostra o que pode acontecer se não houver mudanças nos
investimento em áreas como logística, armamento e inteligência na segurança
pública
“O
primeiro ponto que precisa ser considerado é que nós temos, nesse momento,
alguém ou um grupo que tem tido muito mais inteligência, logística, preparação,
equipamento do que se imaginava. Então é hora de haver uma mudança para cima,
de comportamento em relação ao que se investe nas forças de segurança para que
esse resultado não mais aconteça.”
Operação
e morte
A
Operação Fauda foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime
Organizado (FICCO), na manhã de sexta-feira contra uma facção ligada, de acordo
com a SSP, ao tráfico de drogas, homicídios e roubos. Um agente e cinco
suspeitos foram atingidos e morreram em confrontos. Outros dois agentes — um da
PF e um da Polícia Civil da Bahia (PC-BA) — ficaram feridos, segundo a
PC-BA.
O
policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida faleceu na sexta, em
Salvador. Em nota, a Polícia Federal lamentou a morte do agente e afirmou
que “está empenhada e acompanhando de perto a investigação das circunstâncias
que envolveram o falecimento”.
Conforme
informações divulgadas ontem pela PF, o diretor-geral em exercício, Gustavo
Souza, foi a Salvador acompanhar os fatos. “Também estão em deslocamento,
equipes de policiais federais que atuam na inteligência e em grupos táticos da
PF, além de blindados, para reforço da operação”, diz a Polícia Federal.
Violência
na Bahia
Sandra
Cristina Ribeiro, de 47 anos, é moradora do município de Lauro de Freitas,
localizado na região metropolitana de Salvador. Ela relata que a violência na
capital baiana tem mudado a rotina dos moradores e de quem frequenta a região.
Sandra Cristina conta ainda que a “violência extrema” na cidade tem causado
tensão.
“A
situação está de um jeito que a gente vai, mas com medo de pegar um ônibus, um
metrô, com medo de tiroteio, com medo de assalto. Até os bairros mais nobres
daqui a gente vê relatos na televisão o tempo todo que estão sendo o alvo dessa
violência. Então eu vejo que a violência em Salvador ultrapassou a fronteira
dos bairros perigosos. Ela está em todos os ambientes, em todos os bairros.”
Íntegra
da nota de pesar da Polícia Federal:
A
Direção-Geral da Polícia Federal manifesta seu profundo pesar pelo falecimento
do agente de Polícia Federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, lotado no Grupo
de Pronta Intervenção (GPI) da Bahia, ocorrido nesta sexta-feira (15), em
Salvador.
Lucas
Caribé ingressou na Polícia Federal em 2013, na SR/PA, sendo inicialmente
lotado na Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de
Armas (DELEPAT/PA) e, em seguida, na Delegacia de Repressão a Entorpecentes
(DRE/PA).
Passou
a integrar, em 2019, a Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia,
sendo lotado, inicialmente, no NEPOM/BA. Atualmente, compunha o quadro de
policiais do GPI.
O
Diretor-Geral substituto da Polícia Federal, Gustavo Paulo Leite de Souza,
decretou luto oficial de três dias.
A
Polícia Federal expressa suas condolências e solidariedade aos familiares e
amigos enlutados.
Informamos,
ainda, que a Polícia Federal está empenhada e acompanhando de perto a
investigação das circunstâncias que envolveram o falecimento.
Fonte: Brasil 61
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