Você já ouviu falar de Lipedema?
O problema de saúde atinge cerca de 12% das
mulheres brasileiras. Ele é caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura no
corpo, especialmente nas pernas. A condição costuma surgir na puberdade, ainda
não tem suas causas conhecidas pelos especialistas e chega a ser confundida com
a obesidade. Entre os sintomas estão dor, inchaço e o surgimento de hematomas
na região, além da redução da mobilidade quando está em um grau mais avançado.
A
gordura do lipedema é diferente da obesidade, pois tende a formar nodulações no
subcutâneo com fibrose em volta da gordura, além de ter componentes
inflamatório e vascular importantes — o que explica por que a
gordura do lipedema dói e os vasos sanguíneos nas pernas rompem facilmente,
causando hematomas.
Uma
das características da condição é a dificuldade de perder essa gordura
acumulada nas regiões afetadas, como explica a diretora do Departamento de
Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM), a endocrinologista Cynthia Valério. “É um tecido adiposo
que normalmente tem uma característica diferente da gordura dos outros locais,
porque ele é infiltrado por uma matriz extracelular e tem mais tecido
conjuntivo, e com isso, os adipócitos, as células de gordura, ficam presas lá e
com uma maior dificuldade de resposta aos tratamentos clínicos de perda de
peso”, elucidou.
Diagnóstico
e tratamento
O
diagnóstico é clínico, e nem sempre é fácil. A advogada Laura Braga tem 49 anos
e, desde a primeira menstruação, aos 12 anos, observou que suas pernas
engrossaram de forma desproporcional. Com o passar do tempo, sintomas como dor,
sensibilidade e hematomas a fizeram a buscar ajuda médica — e só aos
48 anos recebeu o diagnóstico da condição.
“É
bem complicado você arrastar essa situação, você posteriorizar essa situação,
pois ela pode trazer muitos malefícios, como a questão da mobilidade, a questão
estética, porque você sempre está incomodado com aquilo, com aquelas pernas
inchadas, com aquelas pernas desproporcionais, grossas demais, sempre
doloridas”, conta.
No
início deste ano Laura começou a tratar o problema e tem sentido melhoras.
Embora a condição não tenha cura, encontrar o tratamento recomendado com a
ajuda de um especialista pode colaborar muito para que o paciente tenha mais
qualidade de vida, com o alívio dos sintomas. Esse tratamento é multifatorial,
como explica o doutor em endocrinologia clínica, Flavio Cadegiani.
“A
dieta e atividade física são partes primordiais, mas são insuficientes, mas
precisam fazer parte, sem os dois não tem como. Aí, drenagens, massagens
constantes, porque precisa regular, porque é com o tempo que vai se desfazendo
um pouco do lipedema secundário. Dieta anti-inflamatória, então uma dieta mais
específica com alimentos anti-inflamatórios. Às vezes o uso de
anti-inflamatórios naturais em doses mais elevadas e até vasodilatadores”,
Para
um tratamento completo, é recomendado o acompanhamento do paciente por clínico,
cirurgião vascular, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta.
Fonte: Brasil 61
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