Deputados
e senadores de oposição assinaram pedido de prisão preventiva do ex-ministro do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias, após cerca de sete
horas de depoimento na CPMI do ‘8 de Janeiro’ nesta quinta-feira (31).
Segundo
o deputado André Fernandes (PL-CE), o pedido encaminhado à Procuradoria-Geral
da República tem as assinaturas de 25 parlamentares.
Entre
as motivações da prisão, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) citou suposta
falsificação de documentos enviados à CPMI.
“Com
base no artigo 129 da Constituição Federal, a oposição entra com pedido de
prisão do ex-ministro general Gonçalves Dias por omissão imprópria,
prevaricação, ação de ofício, interesse pessoal e obstrução de Justiça, quando
falsificou de forma dolosa ofício enviado para esta Casa”.
Ao
longo do depoimento, a oposição projetou mensagens enviadas pelo ex-diretor da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, com alertas ao
general G. Dias sobre a escalada da tensão em 8 de janeiro. Outra tese da
oposição é que G. Dias estaria encobrindo responsabilidades do ministro da
Justiça, Flávio Dino.
Já
o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
avaliou que o depoimento do ex-chefe do GSI acabou de vez com insinuações de
suposto envolvimento do governo Lula nas depredações aos prédios dos três
Poderes.
Randolfe
disse ter ficado claro o envolvimento apenas de militares indicados pelo
antecessor de G. Dias, o general Augusto Heleno, ligado ao ex-presidente
Bolsonaro.
“A
sua presença aqui coloca por debacle a última tentativa argumentativa que
existia (na oposição). A responsabilidade pelo que ocorreu foi daqueles que
articularam a tentativa de golpe de 8 de janeiro com eventos múltiplos
iniciados em 12 de dezembro. Ainda bem que não contaram com o comando do
Exército brasileiro”.
Omissão
Deputados de oposição criticaram a atitude de G.Dias depois de ter sido avisado
sobre possíveis atos de violência nas manifestações e apontaram contradições no
depoimento dele na CPMI. Ele foi considerado omisso.
O
deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) ressaltou a responsabilidade do ex-ministro
no 8 de janeiro.
“O
senhor recebeu diversos alertas da Abin, que foram 33, que foram verdadeira
inteligência corrente, assertiva, correta, em tempo real, que se mostraram
verdadeiros, porque aconteceu o que foi previsto: diversos ônibus chegando,
manifestantes com intuito de invasão e de quebra de patrimônio público.”
Em
sua fala inicial à CPMI, o general disse que exerceu efetivamente ação de
comando na segurança do Palácio do Planalto em meio ao que ele considerou um
levante antidemocrático e um ataque inédito. “[Hoje] Seria mais duro do que fui
na repressão, faria diferente, embora sabendo que envidei todos os esforços
para preservar a vida de cidadãs e cidadãos brasileiros sem derramamento de
sangue”, afirmou.
Deputados
da base aliada ao governo não viram indícios de omissão no comportamento do
general, mas o criticaram por ter mantido na equipe do GSI integrantes do
governo anterior. “A montanha pariu um rato nesse dia de hoje, porque toda a
tentativa era dizer que houve dolo do general Gonçalves Dias nesse processo.
Ele admite a possibilidade de falhas e pede que a sindicância apure, ele não
está querendo acusar os seus colegas de equipe”, disse a deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ).
O
general criticou o acampamento de manifestantes em frente ao QG do Exército, em
Brasília, e declarou que a permanência deles no local incomodou o governo Lula,
as Forças Armadas e as forças federais de segurança. A próxima reunião da CPMI
do 8 de Janeiro foi marcada para 12 de setembro. E veja também: Datafolha:
Boulos tem 32%, e Nunes, 24% para Prefeitura de São Paulo. Clique AQUI para
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Fonte: site direita On line
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