Em 2023, até agora, o Brasil registrou cerca de 7 milhões de tentativas de fraudes, conforme dados do "Fraudômetro" — um contador em tempo real criado pela Serasa Experian. Ana Júlia Andrade, gerente de produtos da Serasa Experian, esclarece que a ferramenta avalia o volume total de consultas mensais em sua base, utiliza modelos analíticos e comportamentais para estimar os riscos de fraude e com isso, atualiza o número total de tentativas detectadas.
“E
a gente tem como principal objetivo alertar e compartilhar com a sociedade,
empresa e até os consumidores, sobre os avanços dessas tentativas de fraude no
país e reforçar que a cada minuto os criminosos sempre buscar novas modalidades
e maneiras de lucrar por meio desses golpes”, explica.
A
estimativa é de que tenham sido evitadas, nos primeiros 9 meses do ano no país,
perdas de R$ 41,4 bilhões pelas empresas e consumidores. A gerente enfatiza a
importância de buscar alternativas ou medidas para se proteger, como a
utilização de senhas fortes, ativação de métodos de autenticação de duplo fator
em suas contas e acessos.
“Garanta
sempre que seus documentos e cartões estejam em lugares seguros, com
senhas fortes para acesso aos seus aplicativos, desconfie no ambiente de compra
digital, e-commerce, marketplaces de ofertas de produtos com serviços que fogem
do preço padrão aplicado no mercado”, alerta.
Tipos
de fraude
Fraude
de identidade
A
fraude de identidade ocorre quando alguém utiliza dados pessoais de outra
pessoa, como nome, endereço ou números de documentos, para acessar ilegalmente
serviços financeiros ou contas diversas, incluindo redes sociais e plataformas
de streaming. Muitas vezes, essa fraude é realizada com documentos furtados. Em
outros casos, há a combinação de informações verdadeiras com dados inventados
para criar documentos falsificados, como na criação de cartões de crédito ou na
abertura de contas bancárias, prática conhecida como fraude sintética.
Fraude
financeira
Tem
como principal objetivo enganar ou causar prejuízos financeiros a empresas ou
pessoas. A fraude financeira ocorre através da apropriação ou uso indevido
de dados e documentos alheios, falsificação de registros, invasão de contas
bancárias e outros mecanismos que visam explorar serviços financeiros. As consequências
desses atos podem acarretar perdas monetárias e de reputação, muitas vezes
irreversíveis para quem é afetado.
Vazamento
de dados
Revelar
dados sensíveis de indivíduos ou empresas é criminalizado pela Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Organizações que não garantirem a
integridade dessas informações e vierem a ter seus dados divulgados – mesmo sem
intenção – podem enfrentar sérias implicações legais e financeiras. Segundo a
LGPD, as vítimas de vazamentos podem requisitar compensações por danos
materiais e morais.
Uso
de documentos falsos
A
fraude documental representa um desafio significativo para as empresas, pois
frequentemente envolve a adulteração de documentos físicos. Estes, na era
atual, são frequentemente digitalizados para reduzir a burocracia. Nesse
cenário, o fraudador modifica informações do documento original, como certidões
ou atestados, buscando obter benefícios indevidos.
O
pesquisador do Instituto de Referência em Internet e Sociedade
(IRIS) Paulo Rená aconselha que, em caso de vítima desse tipo de
fraude, é crucial notificar a instituição financeira o mais rápido possível.
Além disso, é importante registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais
próxima.
“Em
qualquer situação em que alguém se perceber que caiu em um golpe, o ideal é
primeiro não alimentar a conversa, não dar novos dados, mas sempre fazer de
registro possível, registrar horário em que você percebeu que tinha alguma
coisa errada na sua conta e aí buscar a delegacia. Normalmente fazer um boletim
de ocorrência e a partir daí prestando todos os dados dar início às
investigações para que enfim se possa recuperar o que tenha sido perdido e também
comunicar o banco”, expõe.
Fraudômetro
O
Fraudômetro analisa consultas mensais de CPFs e estima riscos de fraude usando
modelos probabilísticos baseados em dados dos brasileiros e tecnologias globais
da Experian. A métrica é obtida relacionando a quantidade de CPFs consultados à
probabilidade de fraude. O indicador também incorpora registros de tentativas
de fraudes ligadas à verificação de documentos, biometria facial e roubo de
identidades.
Fonte:
Brasil 61
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