Cerca de 24 horas depois do começo dos ataques entre o grupo extremista Hamas e Israel, o número de mortos na Faixa de Gaza é de ao menos 313 e o de feridos, 1.990, informou o ministério da Saúde palestino neste domingo (8). Ao menos 20 dos mortos são crianças.
De
acordo com os últimos dados divulgados pelas autoridades, a contagem de mortos
chegou a 576, dos quais 256 em Israel e sete na Cisjordânia.
Cerca
de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, lançaram
aproximadamente 5.000 foguetes e entraram por terra, mar e ar em solo vizinho
no sábado (7). Neste domingo, o conflito alastrou-se: militares israelitas
relataram que morteiros foram disparados do Líbano para o norte de Israel.
O
grupo armado Hezbollah assumiu a autoria dos ataques no norte do território
israelense, dizendo que estava "em solidariedade" com o povo
palestino. A ação teve como alvo três postos, incluindo um "local de
radar" nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde
1967 que o Líbano reivindicou como sua.
As
forças israelenses responderam com ataques de artilharia ao Líbano e uma
ofensiva de drones a um posto do Hezbollah perto da fronteira. Não houve
relatos de vítimas.
Um
porta-voz militar israelense disse que operações estavam acontecendo em oito
áreas ao redor de Gaza no domingo. A cidade amanheceu com fumaça preta, flashes
de cor laranja e faíscas no céu devido às explosões. Drones israelenses podiam
ser ouvidos no alto.
Depois
de uma reunião noturna do gabinete de segurança de Israel, o governo anunciou
na manhã deste domingo que o objetivo da sua operação retaliatória em Gaza era
"conseguir a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas e
da Jihad Islâmica de uma forma que impediria a sua capacidade e vontade de
ameaçar e atacar os cidadãos de Israel durante muitos anos".
"Estamos
embarcando numa guerra longa e difícil que nos foi imposta por um ataque
assassino do Hamas, acrescentou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em
comunicado.
Ao
lançar o ataque no sábado, o Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos
"ataques crescentes" de Israel contra os palestinos na Cisjordânia,
em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses. O comandante
militar do grupo, Mohammad Deif, convocou os palestinos de todo o mundo para
lutar.
Considerado
terrorista pelos Estados Unidos e boa parte dos países europeus, o Hamas prega
a destruição de Israel em seu estatuto. Foi criado em 1987, após o início da
primeira intifada, levante palestino contra forças israelenses.
A
escalada surge num contexto de violência crescente entre Israel e militantes
palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel, onde uma autoridade palestina
exerce um governo limitado, à qual se opõe o Hamas.
Fonte: Folha de São Paulo
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