Foto ilustrativa
Por: Taciano Medrado
Nesse 15 de outubro quando se comemora o dia do professor o blog do professorTM traz uma artigo cujo tema é desconhecido da maioria dos brasileiros. Trata-se da Pedagogia da Alternância que consiste numa metodologia de organização do ensino escolar que conjuga diferentes experiências formativas distribuídas ao longo de tempos e espaços distintos, tendo como finalidade uma formação profissional do educando, em especial das famílias que vivem no campo e que na maioria dos casos impossibilita que seus filhos possam frequentar uma escola na zona urbana.
ORIGEM
Esse método começou a tomar forma em 1935 a partir das insatisfações de um pequeno grupo de agricultores franceses com o sistema educacional de seu país, o qual não atendia, a seu ver, as especificidades da Educação para o meio rural.
A Pedagogia da Alternância teve sua experimentação no Brasil em 1969, no estado do Espírito Santo, onde foram construídas as três primeiras Escolas Famílias Agrícolas. Não obstante, decorridos 40 anos de sua implantação no país, essa proposta pedagógica ainda é discutida com pouca ênfase em nosso meio acadêmico. Em projeto de pesquisa que vimos desenvolvendo, realizamos um levantamento das dissertações de mestrado e teses de doutorado brasileiras sobre Pedagogia da Alternância defendidas entre 1969 e 2006.
A
Pedagogia da Alternância atribui grande importância à articulação entre
momentos de atividade no meio socioprofisional do jovem e momentos de atividade
escolar propriamente dita, nos quais se focaliza o conhecimento acumulado,
considerando sempre as experiências concretas dos educandos. Por isso, além das
disciplinas escolares básicas, a educação nesse contexto engloba temáticas
relativas à vida associativa e comunitária, ao meio ambiente e à formação
integral nos meios profissional, social, político e econômico (Gimonet, 1999;
Estevam, 2003; Silva, 2005; Begnami, 2006).
A metodologia surgiu no Brasil em 1969, por meio da ação do
Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), o qual fundou as
então Escola Família Rural de Alfredo Chaves, Escola Família Rural de Rio Novo
do Sul e Escola Família Rural de Olivânia, essa última no município de
Anchieta. O objetivo primordial era atuar sobre os interesses do homem do
campo, principalmente no que diz respeito à elevação do seu nível cultural,
social e econômico (Pessotti, 1978).
Atualmente
existem no Brasil diversas experiências de educação escolar que utilizam a
Pedagogia da Alternância como método. As experiências mais conhecidas são as
desenvolvidas pelas Escolas Família Agrícola (EFAs) e pelas Casas Familiares
Rurais (CFRs). Não obstante, tendo em vista a proximidade de propósitos, as
entidades que articulam essas organizações educacionais, bem como diversos
pesquisadores da área, vêm utilizando uma terminologia genérica para se referir
às instituições que praticam a alternância educativa no meio rural: Centros
Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs). O Brasil conta hoje com 243
CEFFAs (UNEFAB, 2007) em atividade em todas as regiões e em quase a totalidade
dos estados, com exceção de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Fontes:
§ Parecer CNE/CEB
nº 1/2006, aprovado em 1º de fevereiro de 2006 - Dias letivos
para a aplicação da Pedagogia de Alternância nos Centros Familiares de Formação
por Alternância (CEFFA).
§ Parecer CNE/CP nº 22/2020, aprovado em 8 de dezembro de
2020 – Diretrizes Curriculares da Pedagogia da Alternância na
Educação Básica e na Educação Superior.
§ Resolução CNE/CP nº 1, de 16 de agosto de 2023 -
Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares da Pedagogia da Alternância na Educação
Básica e na Educação Superior.
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