Na 20ª reunião plenária do Fórum Pix, na última terça-feira (3), o Banco Central divulgou que o lançamento do Pix Automático terá nova data. A ferramenta será apresentada ao público em outubro de 2024. Anteriormente previsto para abril de 2024, o BC e os integrantes do Grupo Estratégico de Segurança (GE-Seg) decidiram aprimorar as regras e os procedimentos operacionais. De acordo com a instituição financeira, os técnicos viram a possibilidade de ofertar um canal para denúncias em casos de fraude nos aplicativos dos bancos que ofertarem o Pix.
Na
opinião do conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade, Adriano Marrocos,
a nova modalidade promete revolucionar as transações em diferentes modelos de
negócios e ainda reduzir o nível de insegurança da população, que portava
dinheiro e vários cartões.
“Vamos
eliminar um cartão, uma senha e o risco. Não fosse suficiente, iremos levar à
população a necessidade de aprimorar conhecimentos na gestão financeira, pois o
controle será mais efetivo e isso trará maior discussão no ambiente familiar,
sobre despesas que podem ser reduzidas e facilitar a administração do
orçamento”, avalia.
Além
da questão da segurança, a reunião também abordou temas como o aperfeiçoamento
do procedimento operacional para comunicação aos titulares de dados pessoais em
casos de vazamento, a definição de critérios objetivos sobre a responsabilidade
dos participantes no gerenciamento do risco de fraude, a possibilidade de
cadastro obrigatório de dispositivo para a realização das transações Pix, entre
outros assuntos.
De
acordo com o Banco Central, a ferramenta é complexa e precisa de um tempo
necessário para o desenvolvimento dos múltiplos atores, do andamento da
definição das estratégias comerciais pelas instituições participantes do Pix e
de questões organizacionais do próprio banco.
A
instituição financeira mostrou, em um levantamento recente, que o Pix faz parte
cada vez mais da rotina dos brasileiros. Os dados revelam que foram realizadas
2,9 bilhões de transações Pix, só em 2022. O número representa um aumento de
107% em relação a 2021, quando o volume foi de 1,4 bilhão.
O
advogado e mestre em Gestão de Riscos e Inteligência Artificial da Universidade
de Brasília (UnB) Frank Ned Santa Cruz está otimista com a
ferramenta, mas lembra que todo tipo de operação no espaço digital requer não
só mecanismos de segurança maior, mas também atenção por parte do usuário.
“A
maioria das fraudes ocorre em virtude do comportamento do usuário.
Então muitas vezes o usuário acaba se iludindo com certas ofertas,
acaba passando dados pessoais a terceiros — e dessa forma fica
vulnerável à fraude”.
Após
o lançamento do Pix Automático, o BC informou que já estão previstos estudos e
aperfeiçoamentos do produto que poderão incluir outras funcionalidades no
serviço como, por exemplo, a possibilidade de portabilidade das autorizações
para usar a conta de outra instituição e a definição de priorização de
pagamentos programados para o mesmo dia.
Fonte:
Brasil 61
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