por Rafael Damas/ notícias por minuto
A tireoidite de Hashimoto (TH) é um distúrbio da tireoide que leva esse nome por ter sido descrita pela primeira vez pelo médico japonês Hakaru Hashimoto, em 1912. "Trata-se de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células da tireoide, causando uma inflamação, que geralmente resulta em um hipotireoidismo, ou seja, a tireoide começa a funcionar de forma preguiçosa", resume Dra. Tassiane Alvarenga Endocrinologista e Metabologista pela SBEM.
A
especialista enfatiza que a TH, em si, se diferencia do hipotireoidismo à
medida que não gera sintomas perceptíveis. "Como ela costuma destruir
progressivamente as células tireoidianas - o que pode levar meses ou anos -,
chega um momento em que resta pouco tecido funcionante, e a pessoa pode
desenvolver o hipotireoidismo", detalha.
Na
condição do hipotireoidismo, segundo a Dra. Tassiane, a tireoide não consegue
mais produzir a quantidade de hormônios tireoidianos necessária para que o
organismo funcione bem. "Dessa forma, quando o hipotireoidismo se
instala, podem aparecer sintomas como cansaço, pouca disposição para o
trabalho, sono excessivo, intestino preso, pele seca, unhas fracas e
esquecimento", aponta a endocrinologista.
Características
da TH
A
médica informa que a tireoidite de Hashimoto é um distúrbio autoimune comum,
que afeta de 7 a 10 vezes mais mulheres do que homens. "Existe uma
suscetibilidade genética, padrões de inativação do cromossomo X modulados por
fatores ambientais, além da composição do microbioma, que pode levar a um
desequilíbrio nos mecanismos de self tolerância", detalha.
Dra.
Tassiane informa, ainda, que a doença tem uma predominância étnica na raça
branca, com menor incidência nas raças negra e asiática. A HT também tende a
afetar menos as pessoas que habitam as ilhas do Oceano Pacífico.
"A
ocorrência aumenta conforme a idade do paciente, especialmente em pessoas com
outras condições autoimunes", explica a médica, ao citar doenças como
miastenia gravis, esclerose sistêmica, síndrome de Sjögren, anemia perniciosa,
doença hepática autoimune e doença celíaca.
Fatores
de observação
Entre
os gatilhos que podem ativar doenças autoimunes, como a HT, estão infecções
bacterianas e virais, tabagismo, microquimerismo materno-fetal e exposição a
compostos químicos.
Além
disso, hábitos alimentares também podem ter relação com a TH, pois o excesso de
iodo tem sido associado a um aumento de até 4 vezes na incidência da doença.
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