Não durou muito a farsa segundo a qual Lula da Silva precisava ser eleito para, segundo suas palavras, “recuperar a democracia neste país”. Bastou que a imprensa começasse a publicar notícias desfavoráveis ao governo para que esses campeões da democracia voltassem a ser o que sempre foram – a vanguarda da truculência. Para a seita petista, vale tudo, até mentir e distorcer, para desmoralizar aqueles que ousam revelar os malfeitos do governo de Lula.
No
domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais
para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito –
uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site
do Ministério Público do Trabalho (MPT). “Gravíssima denúncia feita ao MPT sobre
a fabricação do ‘escândalo da dama do tráfico’ pelo Estadão para
fazer parecer que (o ministro da Justiça) Flávio Dino é simpático ao crime
organizado”, escreveu a presidente do PT. Ato contínuo, todo o exército de
militantes petistas na internet passou as horas e dias seguintes a repercutir a
patranha, sem qualquer cuidado a respeito da veracidade do que ali se expunha.
Esse
é o padrão de atuação dos petistas. Para eles, nem é preciso que a informação
seja verdadeira para que seja usada em favor de seus propósitos autoritários,
isto é, difamar o jornal que revelou que a mulher de uma das lideranças do
Comando Vermelho (CV) participou de reuniões no Ministério da Justiça e
Segurança Pública.
Ora,
o Estadão nunca afirmou que Flávio Dino era simpático ao crime
organizado. Trouxe apenas fatos: Luciane Barbosa Farias, mulher de Clemilson
dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do CV no
Amazonas, esteve no Ministério da Justiça, em março, para reunião com o sr.
Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e em maio, para
reunião com o sr. Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de
Políticas Penais (Senappen). Na reportagem que revelou o caso, publicada no dia
13 de novembro, o próprio Ministério confirmou a presença de Luciane na
comitiva para as duas reuniões.
A
atestar que o jornal fez apenas o seu trabalho – trouxe fatos relevantes ao
conhecimento do leitor –, o Ministério da Justiça, no mesmo dia da publicação
da reportagem, elaborou uma portaria alterando as regras de acesso ao prédio.
No entanto, o PT não gosta de jornalismo independente. Diante da natural
repercussão do caso, o partido de Lula passou a atacar o jornal, como se a
reportagem sobre as reuniões no Ministério da Justiça fosse fake news.
Esse
episódio serve para recordar que, por trás da fachada de defensores da
democracia, os petistas são e sempre foram raivosos inimigos da imprensa livre.
Desde os tempos da trevosa era petista no poder, jornalistas são ameaçados de
agressão por militantes do partido. Há toda uma rede de veículos de comunicação
a serviço do lulopetismo que se dedicam a destruir a reputação de jornalistas e
de veículos independentes. O bolsonarismo certamente se inspirou nesse método
do PT para, por sua vez, hostilizar a imprensa e os jornalistas. O “gabinete do
ódio” bolsonarista é filhote dos “blogs sujos” – que recebiam generoso
financiamento público dos governos petistas para atacar desafetos do partido.
“O
uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com
valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de
imprensa”, afirmou em nota a Associação Nacional de Jornais (ANJ) sobre o
vergonhoso ataque petista a este jornal. “Também evidencia uma prática
característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos,
sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens
incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga”, disse a
entidade.
Mas
os petistas perdem tempo e energia. Desde sua fundação, há quase 150 anos, este
jornal nunca vergou diante da força bruta dos inimigos da democracia, e não
serão os arreganhos dos sabujos de Lula da Silva que o intimidarão.
Continuaremos a publicar tudo o que nosso jornalismo apurar, a respeito deste
ou de qualquer outro governo, pois a função da imprensa responsável e livre é
revelar aos cidadãos o que os poderosos querem esconder. Isso sim é democracia
– sem aspas.
Fonte: Estadão
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