Casa de residentes judeus pichada com uma estrela de Davi Foto: Geoffroy van der Hasselt/AFP
(*)
JR Guzzo
Guerra
entre Israel e Hamas é usada para legitimar ódio aos judeus, crime hoje
praticado como virtude ‘progressista’.
Uma
loja na maior cidade da Turquia coloca o seguinte cartaz em sua fachada: “É
proibida a entrada de judeus” – como se dizia “é proibida a entrada de negros”
na África do Sul nos tempos do apartheid, ou nos Estados Unidos na época da
segregação racial. Na capital da Inglaterra, onde nasceram as ideias centrais
da democracia moderna, uma jovem levanta um cartaz que afirma: “Mantenha o
mundo limpo” – e mostra um cesto de lixo com a Estrela de Davi dentro. Em Paris
a polícia anota mais de 700 ataques contra judeus e seus símbolos nos primeiros
vinte dias da guerra de Israel contra os terroristas do Hamas e outros grupos
da mesma natureza. Na Alemanha, justo na Alemanha onde o nazismo produziu o
Holocausto, a estrela de seis pontas é pichada nas paredes de residências e
outros imóveis pertencentes a cidadãos de origem judaica, como aviso: “Aqui tem
judeu. Pode quebrar”. O nome correto disso tudo é antissemitismo. Costumava,
até certo tempo atrás, ser uma das formas mais pervertidas de crime contra a
humanidade. Hoje é praticado como virtude “progressista” e sob o disfarce de
apoio à “causa palestina”.
Tão
tóxico quanto esses atos declarados de ódio aos judeus é o antissemitismo
hipócrita que se esconde nas declarações indignadas contra a reação militar de
Israel após as chacinas que sofreu no começo de outubro. Sentimentos
humanitários são descobertos de repente, exigindo cessar-fogo por parte do país
que foi atacado e cuja única escolha é atacar de volta para manter-se vivo.
Como na treva nazista, falsifica-se os fatos, as palavras e os pensamentos para
inventar razões de ordem política e moral que pretendem transformar a
selvageria antissemita numa causa legítima. Acusam Israel de genocídio, quando
quem prega o genocídio são os imigos que se propõem abertamente, em seu
programa oficial, a eliminar o Estado de Israel e a jogar 9 milhões de
israelenses “no mar”. Condenam, também, a reação “desproporcional” contra os
terroristas. Mas isso só poderia ocorrer se os ataques de Israel estivessem
indo além do seu alvo militar e estratégico – a destruição do Hamas, que anuncia
publicamente o propósito de continuar atacando o território israelense, até a
“eliminação total” do Estado judeu. O que Israel está fazendo é lutar por seu
objetivo legal: a sobrevivência.
Lamenta-se
o veto dos Estados Unidos a uma resolução da ONU que não admitia o direito de
Israel agir em sua própria defesa. Querem o quê? Se não fosse o direito de
veto, a ONU já teria aprovado uma dúzia de vezes a extinção de Israel; na
verdade, ela própria já não existiria mais. Não é racional. Mas o antissemitismo
também não é.
Fonte: Estadão
(*) José
Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro,
colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste,
publicação da qual integra também o conselho editorial.
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