Populista
de direita Javier Milei foi eleito na semana passada novo presidente da
Argentina© Tomas Cuesta/Getty Images
Uma
semana após ter sido eleito presidente da Argentina, Javier Milei parece ter moderado o discurso. Durante a
campanha, o argentino chamou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da
Silva, de corrupto e comunista e desdenhou do Mercosul.
No
entanto, neste domingo (26/11), a deputada argentina eleita Diana Mondino,
escolhida por Milei com
Mondino
entregou a Vieira pessoalmente um convite assinado por Milei para que Lula
compareça à posse do argentino no dia 10 de dezembro.
Além
disso, segundo o Itamaraty, Mondino e Vieira também discutiram aspectos da
relação bilateral e do atual estágio das negociações do acordo entre Mercosul e
União Europeia. A reunião foi acompanhada pelos embaixadores do Brasil em
Buenos Aires, Julio Bitelli, e da Argentina em Brasília, Daniel Scioli.
Apesar
da cordialidade de Mondino, ainda não está confirmado que Lula viajará a Buenos
Aires para a posse de Milei. Segundo interlocutores, um dos obstáculos seria a
presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estará na capital argentina
acompanhado de uma delegação que inclui seus filhos Flávio e Eduardo e sua
esposa, Michelle.
Mudança
de tom
A
vitória do candidato populista de direita para presidência da Argentina
levantou dúvidas em relação ao futuro das relações diplomáticas e econômicas
com o Brasil devido à postura do candidato ao longo da campanha.
Milei
defendeu a saída da Argentina do Mercosul, mas depois recuou e passou a pedir
apenas mudanças no bloco econômico, que reúne também Uruguai, Brasil e
Paraguai.
Durante
a campanha, Milei também disse que seu país não faria mais negócios com o
Brasil, nem com a China, dois dos principais parceiros comerciais da Argentina.
No
entanto, no decorrer da semana, Milei já baixou o tom de várias de suas
declarações – o presidente não tem maioria absoluta no Congresso e, segundo
observadores, precisa maneirar o discurso se quiser aprovar projetos.
Um
exemplo da mudança de tom foi a relação com o papa Francisco, a quem chegou a acusar de estar ligado a
"ditaduras sangrentas”.
Esta
semana, Milei conversou por telefone com Francisco e convidou o pontífice a
visitar a Argentina como chefe de Estado do Vaticano e líder da Igreja
Católica.
Fonte: Agência Brasil
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