Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O fim do ano no Brasil é marcado por fortes chuvas e aumento das temperaturas, momento propício para a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito. Até 2 de dezembro deste ano, o país registrou um crescimento de 15,8% nos casos de dengue (1.601.848), quando comparado ao mesmo período de 2022 (1.382.665).
Os
estados com maior incidência da doença são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa
Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás. Também houve
aumento no número de mortes, em 5,4% (1.053) com relação ao mesmo período de
2022 (999).
Já
em relação a Zika, o país registrou aumento de 1% nos casos de janeiro até
agosto (7.275), quando comparado ao mesmo período de 2022 (7.218), com uma
morte em investigação.
A
única doença que registrou queda foi a chikungunya, com redução de 43% se
comparado ao mesmo período de 2022 (264.365). Foram 149.901 casos da doença e
100 mortes — aumento de 7,5%. Os dados foram atualizados no último sábado
(9).
Os
sintomas das três arboviroses mais conhecidas têm semelhanças mas também
possuem diferenças significativas, principalmente na evolução do quadro, de
acordo com o médico infectologista e professor da Faculdade Bahiana de
Medicina, Robson Reis.
“Na
dengue, o paciente costuma apresentar febre de início abrupto, muito alta,
acima de 38,5, e a dor no corpo é muito marcante. O paciente com chikungunya
vai ter febre e dor articular, pode apresentar lesões de pele, que chamamos de rash
cutâneo, e costumam aparecer no quarto ou quinto dia. O que é mais comum na
Zika é o rash cutâneo, dor no corpo e pode ter dor nas articulações e febre”,
explica.
Ele
orienta que, em qualquer suspeita, é importante buscar uma unidade de saúde
para fazer uma avaliação, já que alguns pacientes apresentam maior risco de
complicações do que outros.
A
jornalista baiana Janayna Moradillo foi diagnosticada com zika na adolescência
e conta que a recuperação foi lenta, mas não precisou ficar internada.
“Eu
estava na escola quando meus dedos das mãos começaram a doer bastante, chegou
ao ponto do meu pai precisar me carregar para me levar para casa e me colocar
na cama, porque doía muito. Fiquei com bastante dor nas articulações, febre
alta, as pintinhas todas da zika pelo corpo, tive várias”, lembra.
Prevenção
e investimentos
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), possíveis efeitos do El Niño
podem contribuir para o aumento de casos no verão, além do ressurgimento
recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.
O
infectologista Robson Reis ressalta que, além de usar repelente para evitar o
mosquito neste momento, a medida mais importante é em relação à água
parada.
“Sem
dúvidas é importante que as pessoas fiquem atentas aos reservatórios. Não
podemos deixar esses reservatórios surgirem e se manterem. Em qualquer local,
até mesmo uma tampa de refrigerante, pode existir foco do mosquito, as larvas,
que rapidamente vão virar mosquitos”, alerta.
O
Ministério da Saúde anunciou que vai investir R$ 256 milhões para combater as
arboviroses no país. Destes, R$ 111,5 milhões serão efetivados até o fim de
2023, em parcela única, para fortalecer as ações de vigilância e contenção do Aedes
aegypti, sendo R$ 39,5 milhões para estados e o Distrito Federal e outros
R$ 72 milhões para municípios.
Fonte:
Brasil 61
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