Mangustim é a fruta preferida da realeza britânica
Ela
atingiu a 1ª colocação no ranking das 10 melhores frutas do mundo. É cultivada
sem a necessidade de agrotóxicos e sua casca ainda reduz o colesterol
Uma
frutinha pouco conhecida no Brasil ficou em primeiro lugar no ranking das 10
melhores frutas do planeta numa votação comandada pelo site Taste Atlas que se
autointitula a “Enciclopédia dos Sabores”. É o mangostim. Também conhecido como
mangostão ou mangustão.
O
resultado não surpreendeu o pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia
Oriental. “Há muito tempo que eu sei que essa é uma das melhores frutas do
mundo. Não é como uma jaca, por exemplo, que tem gente que ama, tem gente que
odeia. É muito difícil alguém não gostar de mangostim”.
Segundo ele, o sabor
dessa fruta é adocicado e a polpa cremosa com um leve toque de acidez.
“Mangostim tem gosto de mangostim, é inigualável”, derrete-se ele,
acrescentando que a iguaria foi feita para ser degustada in natura, não
rendendo bem na forma de suco, pudim, bolo ou sorvete. “Se você colocá-la no
congelador, ela vira um picolé. Se comê-la à temperatura ambiente, ela vai
parecer um pudim. Mas atenção! A casca possui uma resina que amarga. Por isso,
deve ser manipulada com cuidado, com a polpa sendo colocada diretamente na
boca”.
Sementes
vieram de navio
A
fruta é originária do Arquipélago Malaio, um grupo de ilhas localizadas no
sudeste asiático. As sementes vieram parar no Brasil por volta de 1935, mais
precisamente na Bahia, que foi o primeiro estado a cultivar a planta, embora
sem sucesso. Em 1942, um navio indiano deixou 400 sementes da fruta em Belém,
no Pará. “Dessas, 120 vingaram e 80 se tornaram árvores de mangosteiros e deram
os primeiros frutos brasileiros”, explica o pesquisador.
Principais
estados produtores
Hoje,
o Pará e a Bahia são os maiores produtores da fruta no país, com produções que
se equivalem, em torno de 200 hectares cada uma. Segundo ele, o Espírito Santo
também produz, mas numa escala menor e em São Paulo, o Vale do Ribeira, também
preserva alguns mangosteiros.
A
maior parte da produção desses três estados - cerca de 2500 toneladas por ano -
vai para os estados do sudeste (principalmente São Paulo) e centro-oeste. Uma
particularidade ajuda a explicar porque o mangostim é tão caro: a planta demora
dois anos para crescer e oito para dar os primeiros frutos. “Uma caixa com dez
mangostins, na Ceagesp ou no Mercadão de São Paulo com 20 frutos de cerca de 50
gramas cada, custa, entre R$ 150 e R$ 200. A mesma quantidade de frutas no Pará
sai por, no máximo, R$15. É a lei da oferta e da procura”, explica Urano. Já no
japão, segundo ele, uma unidade da fruta chega a custar US$ 4.
Clima
quente e úmido
Trata-se
de uma planta que gosta de clima quente e úmido com temperaturas entre 25 e 28
graus e uma particularidade: umidade relativa do ar superior a 75%. Na estação
seca, aceita bem a irrigação e Urano arrisca a dizer que ela fosse irrigada em
larga escala, teríamos mangostim o ano todo, a exemplo do que acontece com as
plantações de laranjas e bananas.
Quando
uma safra está acabando, a outra começa
As
safras da Bahia e do Pará se alternam. Enquanto a do Pará começa em outubro,
atingindo o auge em março e abril. A da Bahia, começa em janeiro e segue até
maio. Cada árvore produz em média 1,5 mil frutos.
Sem
agrotóxicos
Segundo
o pesquisador, é muito rara a necessidade de pulverização das plantas que, de
forma significativa, não é acometida por pragas e doenças. De forma que, pode
se dizer que o mangostim é uma planta livre de agrotóxicos.
Casca
reduz o colesterol
O
pesquisador da Embrapa Amazônia revela que pesquisas científicas apontam que a
casca do mangostim é rica em xantonas, substâncias que têm a capacidade de
reduzir os índices de colesterol do plasma sanguíneo. Por isso, ela tem sido
usada industrialmente para a fabricação de cápsulas de suplementos alimentares
com esse objetivo.
Fruta
da rainha
A
rainha Vitória (1819-1901), da Inglaterra, considerava o mangostin a fruta mais
saborosa do mundo. Mais tarde, a rainha Elizabeth também encantou-se pela
iguaria e essa ficou conhecida como a fruta da realeza ou a “fruta da rainha”.
Foi
por isso que os produtores do Pará tiveram a ideia de presentear a princesa
Diana, quando essa passou por lá, nos anos 80, com uma caixa de mangostim dada
pelos produtores. “Consta que ela adorou o mimo”, disse Urano.
(*) Maria Teresa Leal é
jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas.
Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação
na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.
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