Pelo
menos 58 países realizarão eleições ao longo de 2024. O calendário tem início
em 7 de janeiro, com a eleição legislativa em Bangladesh. Vai até, pelo menos,
7 de dezembro, quando os eleitores de Gana votam no presidente e nos
congressistas.
Dentre
os pleitos do próximo ano, 46 definirão o chefe do Executivo, sendo 30 para
presidente e 16 para primeiro-ministro. Há ainda eleições para cargos de
presidente com funções cerimoniais. O Brasil será o único com eleições 100%
municipais.
As
eleições para eleger prefeitos e vereadores de 2024 estão marcadas para 6 de
outubro. Eventual 2º turno será em 27 de outubro. Estarão em disputa os cargos
nas mais de 5.500 cidades brasileiras. Os mandatos para ambos são de 4 anos. Os
chefes dos Executivos locais podem ser reeleitos uma vez.
Deve
ser uma extensão das eleições gerais de 2022, marcadas pela
polarização. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) trabalhará como cabo eleitoral para ampliar o número de prefeitos petistas.
Do
outro lado, o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) quer tornar o Partido Liberal a maior sigla do país. A
legenda visa a eleger mais de 1.500 prefeitos. Em 2022, Bolsonaro
perdeu a reeleição, mas conseguiu tornar o PL a maior bancada do Congresso.
A
cidade de São Paulo deve ser o exemplo mais prático da reedição de Lula X
Bolsonaro. O PT não terá candidato. Apoiará o deputado Guilherme
Boulos (Psol) para o município mais populoso do país. O PL abriu mão
do ex-ministro Ricardo
Salles e apoiará Ricardo
Nunes (MDB) para a reeleição.
Leia
o calendário completo de eleições pelo mundo em 2024:
https://img-s-msn-com.akamaized.net/tenant/amp/entityid/AA1mfr3L.img?w=1920&h=1080&q=60&m=2&f=jpg
Estados
Unidos
No exterior, o centro das atenções deve ser as eleições nos Estados Unidos. A maior economia do mundo vota em presidente, deputados, 1/3 dos senadores e 13 dos 50 governadores. Será em 5 de novembro. Não há 2º turno.
Atualmente,
o cenário mais provável para a disputa pela Casa Branca
é de uma revanche entre o atual presidente, o democrata Joe Biden, e o
ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.
Apesar
da idade avançada, Biden, de 81 anos, deve ser indicado pelo Partido Democrata
para tentar seu 2º e último mandato em Washington D.C. Já Trump lidera as pesquisas dentre os postulantes da oposição.
Nos
EUA, os candidatos à Presidência precisam passar pela eleição primária. Não deve ser um problema para Trump, que
governou o país de 2017 a 2021. O único risco do empresário é fora das urnas:
Trump foi indicado a 4 crimes desde que deixou a Casa Branca. Pode ficar
inelegível.
A
votação para presidente é indireta. O que conta é o colégio eleitoral, que
distribui os delegados ao candidato X ou Y. Cada Estado tem uma quantidade de
delegados proporcional à população. Eles são distribuídos conforme a votação
popular no Estado.
Ou
seja, se Biden ganhar na Califórnia, ele recebe todos os delegados do maior
Estado norte-americano. Se Trump ganha no Texas, fica com os delegados no 2º
maior colégio eleitoral. É eleito quem obtiver 270 dos 538 votos do colégio.
Rússia
O
conflito entre Rússia e Ucrânia completará 2 anos em fevereiro de 2024. E os eleitores
de ambos os países devem ir às urnas em meio à guerra.
Os
russos serão os primeiros. O pleito está marcada para começar em 15 de março e
terminar no dia 17. Vladimir Putin já anunciou que concorrerá à reeleição. Se vencer, pode
conquistar seu 5º mandato à frente da herdeira da União Soviética.
Putin
está no poder desde agosto 1999, quando foi indicado para primeiro-ministro
pelo então presidente Boris Yeltsin. No final do mesmo ano, foi alçado a
presidente interino. A efetivação foi feita em maio de 2000, quando o ex-agente
da KGB (serviço de inteligência soviético) foi eleito pela 1ª vez.
O
líder russo foi reeleito em 2004 e ficou na Presidência até 2008. Ao atingir o
limite de 2 mandatos consecutivos, foi indicado novamente a primeiro-ministro
sob o governo de Dmitry Medvedev (2008-2012), atuando como líder de
facto do país.
Putin
voltou a ser eleito presidente em 2012, quando o mandato passou a ser de 6
anos. Ele foi reeleito em 2018 para cumprir seu 4º mandato até 2024.
Em
2020, uma reforma constitucional definiu que o cargo um presidente pode ter no
máximo 2 mandatos (consecutivos ou não). Porém, a regra só passará a valer
depois do pleito de 2024. Isso dá a Putin o direito de servir por mais 2
mandatos –o que o deixaria no poder até 2036.
Realisticamente,
não haverá oposição no pleito de março. O principal opositor de Putin, o
ativista Alexei Navalny, está preso e proibido de concorrer.
Ucrânia
O
cenário na Ucrânia também não é dos mais simples. A eleição está prevista para
31 de março, mas o governo pode adiá-la. Autoridades do país questionam a
viabilidade de levar os ucranianos às urnas em meio à guerra.
A
população, o Parlamento e o presidente Volodymyr Zelensky já expressaram o
desejo de postergar o pleito até que a guerra chegue ao fim. O líder ucraniano
solicitou a extensão do período de lei marcial enquanto houver conflito com a
Rússia.
Taiwan
Em
13 de janeiro, Taiwan escolherá seu novo presidente. A votação é tão importante
na ilha quanto é na China Continental. Isso porque Pequim considera
Taiwan parte do seu território, na forma de uma província dissidente.
O
atual vice-presidente taiwanês Lai Ching-te, do DPP (Partido Popular),
candidato governista para a chefia de Estado da ilha, rejeita a proposta da
China de anexação. Se vencer, é provável que a relação com Pequim piore e há
risco de ocupação militar.
Candidato
da oposição, Hou Yu-ih, do partido Kuomintang, defende diálogo com o governo de
Xi Jinping.
Venezuela
Na
Venezuela, ainda há muitas dúvidas sobre como será e a eleição presidencial:
a
votação não tem data certa;
a
oposição não tem candidato definido;
não
há segurança de que o pleito será livre;
Maduro
pode não aceitar eventual derrota.
O
país já passou por conturbadas eleições em 2018, quando o atual presidente,
Nicolás Maduro, foi acusado pela oposição de fraudar os resultados com auxílio
da Suprema Corte venezuelana, controlada pelo regime. Pós-pleito, Maduro viu o
opositor Juan Guaidó se declarar presidente. O gabinete paralelo, entretanto,
perdeu força em janeiro de 2023.
Maduro
está no poder desde 2013. Se for reeleito, fica no cargo até 2030.
A
Venezuela fechou um acordo com os Estados Unidos para a realização de eleições livres e monitoradas por
organismos internacionais em troca do fim de sanções sobre o petróleo do país
sul-americano.
O
1º sinal de que o acordo poderá não vingar foi a suspensão do resultado das eleições primárias da
oposição, que definiu a candidata da direita María Corina Machado como
postulante à Presidência contra Maduro. A Suprema Corte do país definiu as
prévias como inválidas depois que um aliado de Maduro alegou que foi impedido
de concorrer.
México
Ainda nas Américas, o México votará em seu próximo presidente em 2 de junho. A governista Claudia Sheinbaum, apoiada pelo presidente López Obrador, e a oposicionista Xóchitl Gálvez lideram as pesquisas. É grande a chance de o país eleger pela 1ª vez uma mulher para o cargo mais importante
.
O
maior desafio para os mexicanos segue sendo o narcotráfico. A guerra contra as
drogas já matou dezenas de milhares de pessoas desde 2006. A última estratégia
do governo foi empregar as Forças Armadas para combater os cartéis.
Fonte: Poder 360
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