Rios secando e morte de gado afetam cidades com economia baseada em agricultura e agropecuária
Barragens secando, rios por um fio e o gado morrendo. Essas são algumas das consequências da seca que fez 160 municípios da Bahia decretarem estado de emergência. Um crise hídrica causada por uma estiagem que chega a se prolongar por 12 meses em algumas cidades, como no caso de Campo Formoso, situada a mais de 400km de Salvador.
Por
lá, de acordo com o vice-prefeito Jaci Muniz, a crise hídrica é severa.
"Em algumas das regiões do nosso município, não chove há um ano. Isso tem
gerado uma dificuldade para produtores rurais com rebanhos sendo dizimados e
também para os moradores que sofrem com a falta de água para fazer coisas
básicas em casa", conta o vice-prefeito. Segundo ele, medidas estão sendo
tomadas para auxiliar a população, mas a gestão municipal não consegue sanar
todas as necessidades.
"Os
poços artesianos estão com a vazão limitada. O que antes jogava dez mil litros
de água por hora, quase não chega a cinco mil. Isso diminui a oferta de água
das pessoas e estamos com carros-pipa, mas ainda assim não conseguimos atender
a todos", relata Jaci, destacando que a economia da cidade é baseada no
que é produzido pela agricultura e também na agropecuária.
Marília
Menezes, jornalista de 32 anos, é natural de Campo Formoso. Moradora da sede da
cidade, ela conta que nunca ficou sem água em casa, mas vê de perto os efeitos
da seca.
“Muitos
amigos meus moram nos povoados e têm que pegar água em poço ou pedir à
prefeitura que mande carros-pipa, que nem são suficientes para todo mundo.
Vários deles procuram casas de parentes, na sede, quando a situação chega ao
extremo. Se ficar do jeito que está, não tem água nem para tomar banho, muito
menos para cozinhar e beber. Além de sustentar a família e pagar as contas, as
pessoas precisam comprar água mineral agora”, relata.
Menezes
conta que, com a demanda por água mineral na cidade, o galão de 20 litros chega
a R$14. Em Salvador, de acordo com o aplicativo Preço da Hora, o mesmo galão é
encontrado por, em média, R$7,50.
O
psicólogo clínico Charles Farias, de 44 anos, trabalha com agricultura irrigada
e criação de pequenos animais em seu tempo livre. Segundo ele, Campo Formoso já
lidou com crises hídricas, mas não se lembra de ter alguma com as proporções e
rapidez atuais.
“Num
curtíssimo espaço de tempo nós perdemos a vegetação, que secou quase
completamente, tivemos incêndios acidentais, incêndios criminosos, barragens,
tanques e poços secando e animais morrendo por conta da seca e da falta de
alimento. O pequeno agricultor não sabe mais o que fazer”, diz.
Para
tentar amenizar os danos causados pela seca, o produtor afirma ter adotado o
consumo racional. “Acho que não só eu, como muitas pessoas, estamos
providenciando mais recipientes para armazenamento de água, pensando já no
futuro. Comprei caixas d’água, faço uso racional, eu espero que essa
dificuldade seja sanada o mais rápido possível. O pequeno produtor é o mais
prejudicado. Alguns produtos da região já não estão chegando tanto aos
mercados”
Em
Mirante, no sudoeste da Bahia, a seca também preocupa. Wagner Ramos Lima,
prefeito da cidade, afirma que a seca, por conta das características
climáticas, é sempre esperada. No entanto, nesse ano, o período sem chuvas se
agravou. "A falta de água está nos quatro cantos da zona rural de Mirante.
Temos 23 caminhões-pipa trabalhando e não conseguimos atender toda a demanda
existente", conta.
Wagner
relata ainda que as principais fontes de água da cidade estão por um fio.
"As barragens estão secando e o Rio Gáveão, que traça quase 30km e margeia
o Rio de Contas, passando pelo mesmo. Famílias, que moram nas margens e plantam
maracujá, não conseguem exercer a atividade. Temos retroescavadeira abrindo
poços para não perder as lavouras", completa.
Entre os prefeitos das cidades afetadas pela seca, é unânime que, mesmo com investimento municipal para atenuar os problemas, os recursos são insuficientes para dar suporte a todos. Nesta sexta-feira (15), a gestão estadual anunciou um plano de ação emergencial para monitoramento e mitigação dos impactos da seca na Bahia. Entre os anúncios, estão a entrega de máquinas, abertura de balcão para venda de ração animal, poços artesianos e infraestruturas para combate da crise hídrica.
Fonte: Correio 24 horas
Para ler a matéria na íntegra acesse nosso link na página principal do Instagram. www: professsortaciano medrado.com e Ajude a aumentar a nossa comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso. Guarda Municipal de Juazeiro participa de palestra sobre a Lei Maria da Penha e combate à violência doméstica.
Postar um comentário