Um
mosquitinho pequeno mas forte o suficiente para causar um verdadeiro estrago:
dor no corpo e nos olhos, febre alta, mal-estar e, nos casos mais graves, até a
morte. O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, precisa só de um
pouquinho de água limpa para se reproduzir.
Por
isso, é preciso estar vigilante e ficar de olho em cada cantinho da casa. Além
da doença, ele ainda pode causar outras arboviroses, ou seja, doenças
transmitidas por mosquitos, como zika, chikungunya.
Para
enfrentar o mosquito, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se une
à sociedade civil para desenvolver materiais educativos voltados para
profissionais de saúde. Outra ação do fundo é a criação de um material
pedagógico voltado para a comunidade escolar, que será lançado em 2024. https://www.unicef.org/brazil/relatorios/arboviroses-na-pratica
Para
o oficial de Saúde do Unicef Gerson da Costa Filho o engajamento da população
ainda é a forma mais importante de combater o mosquito.
"O
controle das arboviroses passa por esforço e engajamento de todos. A gente
precisa da comunidade, mobilização popular, para além dos esforços do poder
público. Não só para eliminar criadouros e, com isso, diminuir a infestação do
vetor. Mas também para identificação de circulação do vírus, dos casos, a
notificação, controle e bloqueio.”
O
diretor do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM, Elder Figueira,
explica que o mosquito da dengue costuma procriar em depósitos artificiais,
como vasilhas plásticas e lixo mal acondicionado. E a falta de abastecimento de
água, comum na região amazônica, pode acabar favorecendo os criadouros.
“Como
a população vai sempre precisar fazer aquele estoque de água no fundo do
quintal, na cozinha e aquilo ali que é água limpa, parada, na sombra, vira um
criadouro do mosquito.”
10
minutos contra a dengue
Uma
iniciativa criada pela Secretaria de Saúde do Amazonas em parceria com a
Fiocruz — e que depende totalmente da população para acontecer — tem dado
resultados. São os “10 minutos contra a dengue”.
“Dez
minutos semanais, dá aquela olhada, verifica se tem alguma coisa acumulando água,
e descarta; tenta eliminar o depósito. Se for alguma coisa muito grande, você
não conseguiu eliminar, — caixa d'água, calha — entre em contato com o agente
de saúde, ele tem os larvicidas, vai fazer o tratamento para você — e você
também ajuda a eliminar esse criadouro maior”, explica o diretor do
Departamento de Vigilância Ambiental.
A
melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais
propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. A orientação é a
adoção da lista de verificações semanal, de 10 minutos de duração, de modo que
a população possa agir para identificar os possíveis criadouros, como garrafas,
vasos de plantas, pneus, bebedouros de animais, sacos plásticos, lixeiras,
tambores e caixas d’água.
Quanto
menor a idade, maiores os cuidados
O
trabalho em casa é fundamental, mas outros locais, como escolas, também
precisam de atenção, ainda mais por serem ambientes que concentram crianças —
que tem o sistema imunológico mais frágil e chances maiores de terem um quadro
grave da dengue.
Os
sintomas clássicos são sempre febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos
e manchas vermelhas no corpo. Cada organismo vai responder de uma maneira
diferente. Elder Figueira faz um alerta importante para o acompanhamento das
crianças que estejam dengue.
“Pai,
mãe, cuidado: se vai escovar o dente da criança e vê que está sangrando a
gengiva, isso é um sinal de alerta importante. Se a criança reclama que está
com dor abdominal, isso é um sintoma importante porque pode significar o início
de uma hemorragia interna e é um sintoma de que essa dengue está ficando grave.
Leve então na unidade de saúde para que seja tratado adequadamente.”
Em
casa, a recomendação é manter a criança hidratada, mesmo sem sede, e monitorar
sempre a febre. Se subir demais, a orientação é levar para a unidade de saúde.
Fonte: Brasil 61
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