Metade da população da Bahia vive na pobreza

 

Foto: Arisson Marinho/CORREIO


Em 2022, o aumento do valor correspondente às linhas de pobreza e extrema pobreza do Banco Mundial fez com que metade da população baiana (50,5%) passasse a ser considerada pobre e 1 em cada 10 pessoas no estado (11,9%) estivesse em condição de pobreza extrema. No ano passado, considerava-se pobre a pessoa cuja renda domiciliar per capita diária estivesse abaixo de US$ 6,85 em paridade de poder de compra (PPC). Isso correspondia, na Bahia, a um rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 637.


Metade da população baiana (50,5% ou 7,590 milhões de pessoas) tinha renda domiciliar per capita inferior a esse valor e, por isso, era considerada pobre em termos estritamente monetários.


Em números absolutos, a Bahia tinha o 2º maior contingente de pessoas em situação de pobreza do país (7,590 milhões), abaixo apenas de São Paulo (9,197 milhões), mesmo tendo a 4ª maior população do Brasil.


Em proporção, a Bahia tinha o 8º maior percentual de população na pobreza. Maranhão (56,7%), Amazonas (55,1%) e Alagoas (54,2%) tinham as maiores proporções de pessoas consideradas pobres. Por outro lado, Santa Catarina (12,8%), Rio Grande do Sul (16,8%) e Distrito Federal (17,1%) tinham os menores índices.


Apesar de bastante representativa, a pobreza monetária diminuiu na Bahia, em 2022, frente ao recorde registrado no ano anterior, quando a proporção de pessoas consideradas pobres havia chegado a 55,8%. Estava, porém, está acima do verificado em 2020, quando esse indicador tinha atingido seu menor patamar (46,6%) desde o início da série histórica do IBGE, em 2012.


No Brasil como um todo, 67,703 milhões de pessoas (31,6% da população) estavam abaixo da linha de pobreza em 2022, que nacionalmente equivalia a um rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 636. Essa proporção também caiu, após ter chegado ao ponto mais alto da série histórica em 2021, quando havia sido de 36,7%.


Em Salvador, 1,075 milhão de pessoas estavam abaixo da linha de pobreza monetária em 2022, o que representava perto de 4 em cada 10 habitantes do município (36,9%). Era a 3ª capital em número absoluto de pobres, abaixo de São Paulo (2,177 milhões) e Rio de Janeiro (1,277 milhões). Já em termos percentuais ficava na 8ª posição. Rio Branco/AC (43,8%), Manaus/AM (43,2%) e João Pessoa/PB (43,1%) tinham os maiores índices; Florianópolis/SC (8,5%), Curitiba/PR (12,5%) e Porto Alegre/RS (13,5%), os menores.

Frente a 2021, quando havia atingido 40,3% da população, a pobreza também se reduziu em Salvador, no ano passado.


Extremamente pobres


Em 2022, a Bahia também tinha uma liderança nacional na extrema pobreza monetária, com o maior número absoluto de pessoas nessa condição: 1,791 milhão. Isso significa que 11,9% da população do estado vivia com um rendimento domiciliar per capita mensal menor do que R$ 200 (equivalente a menos de U$ 2,15 por dia, em paridade de poder de compra).


Proporcionalmente, a Bahia tinha a 4ª maior taxa de extrema pobreza do país, abaixo apenas de Maranhão (15,0%), Acre (14,0%) e Alagoas (13,1%). Por outro lado, Santa Catarina (1,8%), Distrito Federal (1,8%) e Rio Grande do Sul (2,5%) tinham os menores índices de pobreza extrema.


Assim como ocorreu com a pobreza, a extrema pobreza também caiu significativamente, na Bahia, frente a 2021, quando havia atingido 17,0% da população do estado (2,541 milhões de pessoas), maior proporção na série histórica.


No Brasil como um todo, 12,559 milhões de pessoas estavam em situação de extrema pobreza em 2022, o que representava 5,9% da população brasileira com renda domiciliar per capita menor do que R$ 200. Nacionalmente, o índice caiu frente a 2021, quando havia sido recorde (9,0%).


Já em Salvador, em 2022, 289 mil pessoas estavam em situação de extrema pobreza, o 2º maior contingente entre as capitais, inferior apenas ao de São Paulo/SP (444 mil pessoas em extrema pobreza).


Esse total também representava cerca de 1 em cada 10 moradores do município (9,9%), que tinha a 2ª maior taxa de extrema pobreza entre as capitais do Brasil, abaixo apenas de Rio Branco/AC (11,6%). Palmas/TO (1,3%), Teresina/PI (1,5%), Brasília/DF (1,8%) e Goiânia/GO (1,8%) tinham os menores índices.


A taxa de extrema pobreza de Salvador, apesar de elevada, caiu frente ao recorde de 2021, quando havia sido de 11,2%.


Programas sociais governamentais


Em 2022, mais da metade da população baiana abaixo da linha de pobreza (56,5% dos considerados pobres ou 4,290 milhões de pessoas) não recebia benefícios de programas sociais governamentais. A proporção era a 6ª maior entre os estados e estava acima da média nacional, que era de 35,4%. Houve, porém, recuo desse indicador frente a 2021, quando 60,7% das pessoas em condição de pobreza monetária não recebiam benefícios de programas sociais governamentais.


A Bahia tinha, ainda, o 3º maior percentual de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza que não recebiam nenhum apoio de programas sociais governamentais: 22,2% dessa população (1 em cada 5, totalizando 397,4 mil pessoas).


O índice da Bahia estava abaixo apenas dos registrados no Maranhão (25,2%) e Alagoas (23,9%), e estava empatado com o do Ceará (22,2%). Nacionalmente 10,6% das pessoas extremamente pobres, em 2022, não recebiam benefícios de programas sociais do governo.


Apesar do número elevado, este índice também está em queda na Bahia. Em 2020, 25,8% da população em extrema pobreza não contava com ajuda de benefícios sociais governamentais, e em 2021, este indicador era de 24,2%.


Rendimento domiciliar


Em 2022, o rendimento domiciliar médio per capita na Bahia foi de R$ 1.000, o que representou um aumento de 6,7% frente a 2021, quando havia sido de R$ 937. Apesar disso, o valor caiu de 8º para 5º menor entre os estados brasileiros, sendo ultrapassado por Piauí, Amapá e Pará.


Os únicos estados com rendimentos domiciliares per capita inferiores ao baiano eram Maranhão (R$ 833), Alagoas (R$ 922), Amazonas (R$ 947) e Pernambuco (R$ 991).


Além de baixo, havia uma importante desigualdade nessa renda. Na Bahia, o rendimento domiciliar per capita mensal médio de um homem (R$ 1.018) era 3,6% maior que o de uma mulher (R$ 983). Se o homem fosse branco (R$ 1.462) e a mulher fosse preta ou parda (R$ 891), essa diferença subia para 64,1%.


De forma geral, uma pessoa branca na Bahia (R$ 1.427) tinha rendimento domiciliar per capita mensal médio 55,3% superior ao de uma pessoa parda (R$ 919) e 62,0% maior do que o de uma pessoa preta (R$ 881).


Ainda assim, a desigualdade de renda domiciliar per capita na Bahia entre brancos, pardos e pretos era menor que no Brasil como um todo.


Nacionalmente, o rendimento médio mensal per capita era de R$ 1.586, em 2022, com uma pessoa branca (R$ 2.118) tendo renda 83,4% maior do que uma pessoa parda (R$ 1.155) e 76,9% superior à de uma pessoa preta (R$ 1.197).


Fonte: BA de Valor



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