O
presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira (12) durante reunião do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, chamado de
"Conselhão", no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente
defendeu que o país cresça mesmo com dívidas.
"Se
for necessário este país fazer o endividamento para crescer, qual é o problema?
Qual o problema de você fazer uma dívida para produzir ativos produtivos para
este país?", questionou o presidente.
Em
outro momento, Lula disse que o Brasil tem o "caminho das pedras"
para tal.
"Nós
temos que decidir agora se nós vamos retirar esta pedra ou não, se vamos chegar
à conclusão de, olha: 'por um problema da Lei de Responsabilidade Fiscal, por
um problema de superavit primário, por um problema de inflação, a gente não
pode fazer'. E vamos todo mundo desanimar e voltar para nossas vidinhas",
indagou o presidente.
Lula
falou, ainda, sobre a importância de ouvir o que as pessoas estão dizendo e
aprender com isso, em contraponto ao crescimento dos sistemas que usam
inteligência artificial.
"Eu
só queria dizer sobre a lição que aprendi hoje. Vocês perceberam que não é
difícil governar um país, não é difícil governar uma cidade ou um estado, basta
que a gente tenha a capacidade de ouvir as pessoas e aprender com as
pessoas", afirmou o presidente.
"Então,
eu queria dizer para vocês: obrigado por vocês terem inteligência. De vez em
quando, o cara fala: pô, Lula, tem que fazer um grupo de inteligência
artificial. Gente, com a inteligência que eu tenho aqui para que eu quero
inteligência artificial? Vamos utilizar a inteligência humana", completou
Lula.
"Vou
terminar dizendo o seguinte: eu pensei em tirar um descanso do dia 26 de
dezembro ao dia 3 de janeiro. Já vi que vou ter que tirar esse material todo
para estudar", justificou o presidente.
Lula
se referia às propostas apresentadas durante a reunião do
"Conselhão", que
foi retomado pelo presidente em março, já que foi extinto no governo
passado.
Entre
as atribuições do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável estão
as de auxiliar o presidente na formulação de políticas públicas e de analisar
propostas de políticas públicas e reformas.
Os
integrantes do "Conselhão" são escolhidos por Lula e representam
diversos setores. Não há remuneração para os integrantes.
Estabilidade
fiscal
Em
27 de outubro, Lula declarou, durante café da manhã com jornalistas, que
"dificilmente" o governo alcançaria a meta de déficit zero em suas
contas em 2024.
"Eu
sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição.
Já dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero", afirmou
Lula na ocasião.
Dias
depois, em 30 de outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou
desconforto e evitou responder diretamente a pergunta sobre a manutenção da meta
de zerar o déficit fiscal. Com a insistência de jornalistas, Haddad chegou a
levantar no meio da entrevista e sair.
Depois,
o ministro da Fazenda voltou a dizer que, para ele, a meta estava mantida.
Na
ocasião, a fala de Lula — controversa à fala de Haddad — foi recebida
negativamente pelo mercado financeiro, que atua de olho no compromisso do
governo com o equilíbrio das contas públicas.
Zerar
o déficit fiscal em 2024 foi uma meta assumida pela equipe econômica do governo
ao enviar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao Congresso Nacional.
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