No
oeste da Bahia, a semeadura de soja enfrenta atraso este ano, com apenas 77%
dos 2 milhões de hectares plantados, de acordo com a Associação de Agricultores
e Irrigantes da Bahia (Aiba). A falta de chuva é a principal razão para o
atraso, levando ao replantio em diversas áreas, em comparação com o mesmo
período do ano passado, a semeadura já estava completa.
Aloísio
Júnior, gerente de agronegócio da Aiba, considera que ainda é cedo para
discutir possíveis quebras econômicas ou de safra na região, visto que o
plantio de soja ainda não foi totalmente concluído. Ele aponta que algumas
áreas estão com cerca de 10% a 15% restantes para finalização do plantio, com o
progresso dependente principalmente das condições climáticas desfavoráveis
atuais.
“No
mês de janeiro vamos nos reunir com o conselho técnico, vamos discutir essas
avaliações e validar as informações para ver se vai haver uma quebra de safra,
uma redução expressiva em números de produtividade e, principalmente, produção
em toneladas”, avalia.
O
gerente ressalta que o fenômeno climático El Niño está causando um
desequilíbrio no clima no Brasil, com impactos significativos nas atividades
agrícolas. “Temos altas concentrações de chuva principalmente na região Sul do
país, a gente está tendo impacto de grandes tempestades, muita chuva por lá e
nas regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste do país, temperatura alta, calor e
má distribuição de chuvas em algumas regiões”, analisa.
Aloísio
avalia que muitos produtores já sabiam das dificuldades de 2023 devido a ser um
ano de El Niño e explica que de certa forma, produtores que fazem práticas como
plantio direto e manejo de palhada em lavouras estão conseguindo conviver
melhor com esse tipo de problema.
“Porque
uma vez que a palhada promove a questão da microbiota, ela mantém a temperatura
do solo em uma condição ideal, mantém a umidade do solo por período pouco maior
e, de certa maneira, consegue dar uma estabilidade por pouco mais de dias as
culturas”, explica.
Na
região, 82% da área destinada ao cultivo de milho já foi plantada,
correspondendo a cerca de 90 mil hectares. Porém, aproximadamente 6% dessa área
já manifestou a necessidade de replantio.
A Secretaria de Agricultura da Bahia expressa preocupação quanto à possibilidade de futuras secas impactarem o cultivo de milho na região, uma vez que esta cultura depende de um fornecimento contínuo de água para o seu crescimento e desenvolvimento adequados.
Fonte:
Brasil 61
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