Coreia
do Norte diz travar uma "operação para desorientar" sul-coreanos,
após 3° dia de disparos© REUTERS/KCNA/File Photo
A
Coreia do Norte lançou neste domingo (7) novos projéteis nas costas ocidentais,
informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Este é o terceiro dia
consecutivo de exercícios militares perto da fronteira com o sul.
"O
exército norte-coreano está realizando exercícios ao norte da ilha sul-coreana
de Yeonpyeong, por volta das 16h (4h no horário de Brasília)", informou a
agência Yonhap. Nenhum projétil caiu no lado sul-coreano da Linha
Limítrofe do Norte (LLN), que marca a fronteira marítima de fato no mar
Amarelo, e nenhuma vítima foi relatada, disse a agência.
As
autoridades locais das ilhas sul-coreanas no Mar Amarelo recomendaram que a
população ficasse em casa. "Ouvimos tiros vindos da Coreia do Norte",
alerta a mensagem de texto enviada aos moradores.
"As
tropas na ilha de Yeonpyeong estão respondendo, mas os moradores são
aconselhados a ter cautela com atividades ao ar livre", disseram as
autoridades.
A Coreia do Norte disparou centenas de projéteis na área na
sexta-feira, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, ao sul da
fronteira marítima entre os dois países. Este incidente marcou uma das mais
graves escaladas militares na península coreana desde 2010, quando Pyongyang
bombardeou uma ilha sul-coreana.
As
autoridades em Yeonpyeong e Baengnyeong levaram pessoas para abrigos na
sexta-feira e suspenderam o serviço de balsas. As tropas sul-coreanas
responderam com exercícios de munição real.
Operação
para confundir o vizinho do sul
Kim
Yo Jong, a irmã poderosa do líder norte-coreano Kim Jong-un, negou neste
domingo as acusações da Coreia do Sul de que Pyongyang disparou dezenas de
projéteis perto da fronteira no sábado.
"Os
nossos militares não dispararam um único projétil na zona marítima", disse
Kim Yo Jong à agência oficial de notícias KCNA, afirmando que se tratava de uma
operação com o objetivo de desorientar os sul-coreanos. Kim afirmou que os
militares norte-coreanos detonaram explosivos simulando o som de tiros 60 vezes
e que observaram "a reação" das forças sul-coreanas.
As
relações entre as duas Coreias vivem um momento de tensão não visto há décadas,
depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ter inscrito na Constituição a
vocação do país como potência nuclear e ter testado vários mísseis balísticos
intercontinentais.
Em
uma reunião política de final de ano, Kim alertou para um ataque nuclear vindo
do sul e apelou ao reforço do arsenal militar face a um conflito que afirmou
poder "estourar a qualquer momento".
Fonte: RFI
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