Fazendas que criam cães para o consumo de sua carne e inclusão do item no menu de restaurantes serão proibidas a partir 2027. No ano passado, governo disse que 500 mil cães eram criados no país com essa finalidade.
© Fornecido por Correio do Brasil
Parlamentares
da Coreia do Sul aprovaram nesta terça-feira um projeto de lei que
proíbe a partir de 2027 a criação, o abate e a venda de carne de cachorro, algo
que tem sido praticado no país há séculos.
A
Assembleia Nacional aprovou o projeto de lei por unanimidade, com 208 votos a
favor e nenhum contrário. Embora o texto ainda precise ser endossado pelo
Conselho de Estado e assinado pelo presidente Yoon Suk-yeol para entrar em
vigor, essas etapas são consideradas apenas uma formalidade.
O
apoio à proibição cresceu com o presidente Yoon, que é conhecido por adotar
cães e gatos de rua. Sua esposa, Kim Keon-hee, também vinha criticando
abertamente essa prática.
O
texto foi exaltado por ativistas e donos de animais de estimação. Os
tradicionalistas, por outro lado, alegam que a carne é uma receita típica
sul-coreana e que as pessoas devem ser livres para consumi-la.
A
nova lei surge em meio a um crescente apoio ao bem-estar animal no
país. Pesquisas recentes mostram que a maioria dos sul-coreanos não inclui mais
a carne de cachorro em sua dieta.
O
que a lei estipula?
De
acordo com o texto, será ilegal criar, vender ou matar cães para o consumo de
sua carne, com infrações punidas com até três anos de prisão ou 30 milhões de
won (R$ 110 mil) de multa.
"Esta
lei tem o objetivo de contribuir para a aplicação dos valores dos direitos dos
animais, que buscam o respeito à vida e uma coexistência harmoniosa entre
humanos e animais", diz o texto.
A
norma não estabelece punições para o consumo de carne de cachorro.
Em
abril de 2022, o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul estimou que havia
cerca de 1,1 mil fazendas criando 570 mil cães para o consumo de sua carne,
servida em cerca de 1,6 mil restaurantes do país.
Já a associação de produtores afirma que o veto afetará 3,5 mil fazendas, que criam 1,5 milhão de cachorros. Os criadores de cachorro na Coreia do Sul planejam realizar protestos contra a medida e recorrer à Corte Constitucional.
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