(*) Taciano Medrado
Assistindo e ouvindo a entrevista do Secretário de Serviços Públicos de Juazeiro, Charles Leal, no Programa Geraldo José, desta quarta-feira (10), o pretenso pré-candidato a vereador nas próximas eleições se viu de calças curtas e apertado sem ser abraçado quando foi questionado sobre os motivos que o levaram a decidir por seguir apoiando atual prefeita Suzana Ramos, ao invés de apoiar o irmão, o deputado Roberto Carlos.
O apoio na campanha 2020
“Eu estou num projeto, participei de uma discussão, lá atrás, onde Suzana nem era candidata, me uni ao grupo, Suzana saiu de 20% para 44% quando eu fui pra ela, não sou o responsável por isso, mas tenho certeza que depois da minha ida, muitos foram, conseguimos vencer as eleições, conseguimos participar das discussões para ser secretário e estou secretário até hoje, me sinto uma peça do motor da gestão e como é que hoje eu posso pegar e dizer: não sigo mais... eu tenho responsabilidade e compromisso com quem teve compromisso toda vida comigo”, declarou Charles. (Transcrição Ipsis Litteris, programa GJ)
Dúvidas no ar ! rompeu ou não com o irmão?
Ficou claro a inquietude, irritabilidades e o desconforto do secretário durante a entrevista quando foi questionado por alguns participantes no programa, no tocante ao assunto, “rompimento” com o deputado e irmão Roberto Carlos e se não passava de “uma jogada combinada”.
Declarou Charles Leal
“só quem não me conhece pode fazer esse tipo de consideração, as pessoas na rua, nos blogs podem fazer um comentário desses, mas minha história fala por mim...eu perdi uma eleição, pra você ter uma ideia, tive um convite para assumir um cargo de vereador, fui suplente, tive 2.012 votos, enquanto outros vereadores tiveram 600 ou 700 votos, me chamaram pra assumir a vereança, fiquei muito alegre e quando vi as consequências que poderia me causar eu não aceitei...porque poder não é tudo, minha dignidade e honra é maior que tudo isso...sou transparente, não tem jogada comigo, quando me elegi na oposição, fui oposição, me elegi na situação, fui aliado sem ter cargo no governo, isso prova minha dignidade e minhas convicções.. Tudo pode acontecer, a gente namora, casa e as vezes se separa, mas rompimento com minha família, com meu irmão jamais vai acontecer... rompimento com Roberto Carlos não vai acontecer, nem que ele queira”. (Transcrição Ipsis Litteris - programa GJ ).
Após a entrevista do secretário Charles Leal que durou aproximadamente 46 minutos (1h 16’ ás 02h 02’) a sensação que tivemos é que tudo permaneceu como estava, nada foi acrescentado ou diminuído.
Charles se preocupou muito mais em fazer o “jogo político”, lastreando-se de forma urbana e rasgando elogios ao irmão, o que é natural, afinal o mesmo deve muito respeito e admiração pelo familiar (família é família), quanto para com a prefeita Suzana Ramos.
Não dá para agradar os dois lados
Por fim, penso que a situação do secretário Charles Leal não é fácil, (eu não gostaria de estar no seu lugar), veja que o mesmo se encontra entre a cruz e a espada, e ele terá que se decidir se fica do lado do irmão ou da prefeita.
Na política, e em especial na disputa, adversários são adversários, afinal os projetos são o mesmo, ocupar uma vaga para prefeito da cidade e como diz uma das leis de Newton: dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço e em se tratando de política essa lei também se aplica.
Como vemos, no jogo de xadrez alguns “Peões” chegam até o final e são recompensados, outros são sacrificados durante caminho. Resta saber quem terá direito a primeira premissa e a segunda.
(*) Professor e Analista político
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