Pessoas se reúnem no local das explosões durante cerimônia realizada para marcar a morte do general iraniano Qassem Soleimani, em Kerman, Irã 03/01/2024 Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS© Thomson Reuters
DUBAI,
4 Jan (Reuters) - O Estado Islâmico reivindicou nesta quinta-feira
responsabilidade pelas duas explosões que mataram quase 100 pessoas e feriram
dezenas em um memorial no Irã para o comandante Qassem Soleimani, que foi
assassinado no Iraque por um drone dos Estados Unidos em 2020.
Em
um comunicado publicado em seus canais afiliados no Telegram, o grupo militante
muçulmano sunita disse que dois membros do EI detonaram seus cintos explosivos
na multidão que se reuniu no cemitério na cidade de Kerman, no sudeste do Irã,
na quarta-feira, para o aniversário da morte de Soleimani.
Teerã
havia culpado “terroristas” pelas explosões e prometeu vingança pelo ataque
mais sangrento desse tipo desde a Revolução Islâmica de 1979. As duas explosões
também feriram 284 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
“Uma
retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de
Soleimani”, disse o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, a
repórteres em Kerman.
Mais
cedo, uma fonte anônima havia dito à agência de notícias estatal Irna que a
primeira explosão no cemitério de Kerman, cidade natal de Soleimani, foi
“resultado da ação de um homem-bomba”.
“A
causa da segunda explosão foi provavelmente a mesma”, disse a fonte à Irna.
O
Conselho de Segurança da ONU condenou em um comunicado na quarta-feira o
“covarde ataque terrorista” em Kerman e enviou suas condolências às famílias
das vítimas e ao governo iraniano.
ESTADO
ISLÂMICO
Em
2022, o Estado Islâmico reivindicou responsabilidade por um ataque letal contra
um santuário xiita no Irã que matou 15 pessoas.
Ataques
anteriores reivindicados pelo Estado Islâmico incluem duas bombas em 2017 que
visaram o Parlamento do Irã e o túmulo do fundador da República Islâmica, o
aiatolá Ruhollah Khomeini.
Os
Estados Unidos negaram qualquer envolvimento nas explosões na quarta-feira e
também disseram que não tinham motivos para acreditar que Israel estivesse
envolvido. Disseram que as explosões pareceram um “ataque terrorista” similar
aos realizados no passado pelo Estado Islâmico.
Teerã
muitas vezes acusa seus arqui-inimigos, Israel e Estados Unidos, de apoiarem
grupos militantes anti-Irã que realizaram ataques contra a República Islâmica
no passado. Militantes balúchis e grupos de separatistas com etnia árabe também
realizaram ataques no Irã.
O
assassinato de Soleimani pelos EUA em um ataque com drone em 3 de janeiro de
2020 no aeroporto de Bagdá, e a retaliação de Teerã -- atacando duas bases
militares iraquianas que abrigam tropas norte-americanas -- aproximaram EUA e Irã
de um conflito total.
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