O primeiro repasse do ano do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) às capitais do país é o maior dos últimos três anos em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação. No entanto, quando se consideram os efeitos do IPCA no período, a transferência fica atrás da realizada em 2022. É o que aponta levantamento do Brasil 61 com base nos dados do Tesouro Nacional.
1º
repasse anual do FPM às capitais do país (2022 – 2024)
2022
- R$ 542 milhões;
2023
- R$ 519 milhões;
2024
- R$ 589 milhões.
Embora
em valores o primeiro repasse deste ano seja R$ 47 milhões superior ao de 2022,
o que representa crescimento de 8,6%, a inflação acumulada no período foi de
aproximadamente 10,4%, o que resulta em queda de 1,8% no repasse. A comparação
dos valores considerando o impacto inflacionário ajuda a evitar distorções
quanto ao poder de compra que as prefeituras teriam na hora de adquirir bens e
serviços que têm seus preços reajustados ano a ano.
Já
em relação ao ano passado, a transferência cresceu 8,86%. Segundo o
especialista em orçamento público Cesar Lima, a arrecadação do governo devido
às compras de Natal e Ano Novo ajuda a explicar o aumento do repasse do FPM às
capitais em janeiro.
A receita de R$ 3,6 bilhões obtida pela União com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) entre 21 e 31 de dezembro deste ano – período que serve de base para o primeiro repasse de janeiro – ajuda a ilustrar esse movimento. O montante foi 28% superior ao arrecadado no mesmo período do ano passado.
Ranking
das capitais
Os
dados mostram que das cinco capitais que mais receberam recursos do FPM no
último dia 10 quatro estão situadas no Nordeste. Fortaleza lidera o ranking,
pois embolsou cerca de R$ 51,5 milhões. Em seguida, vêm Salvador com R$ 46,3
milhões, Manaus e Recife, cada uma com R$ 32,4 mi. São Luís fecha o top 5, com
R$ 32,2 mi.
"Os
recursos destinados às capitais são 10% do total. Se o recurso total for de R$
1 bi, R$100 mi são destinados às capitais. Entre as capitais, a distribuição
desses recursos é uma mescla entre critérios de população e renda per capita.
Quanto maior a população e menor a renda per capita, teremos um coeficiente
maior de participação nesses recursos", explica Cesar Lima.
Com
exceção de São Luís, todas as capitais do top-5 das que mais recebem recursos
do FPM estão entre as dez cidades mais populosas do país. Por outro lado, elas
não estão entre as capitais com as melhores rendas por habitante. A relação
entre população elevada e renda per capita baixa explica coeficiente maior de
participação para as grandes capitais nordestinas, o que lhes rende mais
recursos em relação às demais.
Fonte: Brasil 61
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