A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa, em inglês) anunciou nesta sexta-feira (26) que demitiu "vários funcionários" acusados de estarem envolvidos no ataque deflagrado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas contra Israel no dia 7 de outubro.
"Qualquer
funcionário envolvido em atos de terrorismo será responsabilizado, inclusive
através de processos criminais", afirmou o comissário-geral da Unrwa,
Philippe Lazzarini, acrescentando que "as autoridades israelenses
forneceram à Unrwa informações sobre o alegado envolvimento de vários
funcionários nos terríveis ataques de 7 de outubro".
"Para
proteger a capacidade da agência de fornecer assistência humanitária, tomei a
decisão de rescindir imediatamente os contratos desses membros e iniciar uma
investigação para apurar a verdade sem demora", afirmou ele, condenando os
ataques do Hamas e falando em "acusações chocantes".
Já
o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar
"horrorizado" com a notícia e pediu para "Lazzarini investigar
rapidamente o assunto a fim de garantir que qualquer funcionário da agência que
participou ou facilitou os ataques seja imediatamente demitido e encaminhado
para potencial processo criminal".
As
denúncias também fizeram os Estados Unidos expressarem preocupação pelo suposto
envolvimento de 12 funcionários e suspender temporariamente o financiamento à
Unrwa.
Segundo
um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, a decisão temporária foi tomada
enquanto as acusações e as medidas que as Nações Unidas estão a tomar para
resolver a questão são analisadas.
Paralelamente,
a União Europeia também disse estar "extremamente preocupada" e
reiterou "a sua mais veemente condenação aos ataques dos terroristas do
Hamas contra Israel, que não têm justificativas".
"A
Unrwa desempenhou durante muitos anos um papel vital no apoio aos refugiados
palestinos vulneráveis, no acesso a serviços vitais, como a educação e a saúde,
e é um parceiro crucial da comunidade internacional, incluindo a UE. Estamos em
contato com a agência e esperamos que ela forneça total transparência sobre as
alegações e tome medidas imediatas contra o pessoal envolvido", declarou o
alto representante de Política Externa da UE, Josep Borrell.
De
acordo com ele, a Comissão Europeia avaliará novas medidas e tirará lições dos
resultados de uma investigação completa e abrangente.
Fonte: Terra
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