O clima de insatisfação entre os servidores do Executivo federal vem ganhando força diante da falta de proposta de reajuste salarial do governo Lula para o ano de 2024.
Diversas
categorias já iniciaram movimentos grevistas, incluindo a possibilidade de uma
greve geral. Além das paralisações, a entrega de cargos de chefia e
coordenação, e até mesmo um pedido de revisão do Concurso Nacional Unificado
(CNU), marcam a crescente tensão.
Categorias
em greve
Já
estão em greve categorias importantes como agentes de órgãos ambientais,
funcionários do Banco Central, auditores-fiscais da Receita Federal e agentes
de fiscalização sanitária. No âmbito acadêmico, as universidades também
consideram aderir ao movimento grevista no primeiro semestre letivo de 2024.
Agentes
de órgãos ambientais
Os
servidores de órgãos ambientais aguardam uma negociação marcada para 1º de
fevereiro com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Cleberson
Zavaski, presidente da Ascema Nacional, expressa preocupação:
“Não
há nenhum aceno, até agora, sobre qual vai ser a proposta do governo em relação
às reivindicações”. A reestruturação da carreira é central nas discussões,
visando conter a evasão que já levou mais de 600 servidores a pedirem demissão
nos últimos anos.
Coordenadores
de Aprendizagem
Os
coordenadores de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Emprego de 23 estados
reforçaram o movimento com a entrega de cargos de chefia e coordenação. Eles
alertam que, sem resposta do governo, a situação pode evoluir para uma
paralisação total das atividades, afetando fiscalizações importantes e a
política pública de qualificação profissional no Brasil.
Auditores-fiscais
da Receita
Os
auditores-fiscais da Receita, em greve desde novembro, planejam uma paralisação
impactante nos portos e aeroportos de São Paulo e da Bahia. Entre os dias 22 e
26 de janeiro, anunciaram que não realizarão o desembaraço de cargas no
Aeroporto de Viracopos, no Porto de Santos, na Alfândega de Salvador (a partir
do dia 23) e no Aeroporto de Guarulhos. Serão mantidas apenas as liberações de
cargas perecíveis, vivas, perigosas, medicamentos e alimentos.
Isac
Falcão, presidente do Sindifisco Nacional, enfatiza a necessidade das ações:
“Toda greve produz externalidades negativas e procuramos reduzi-las priorizando
os serviços essenciais. Por outro lado, é importante lembrarmos que há uma lei
pendente de implementação há sete anos, e os auditores-fiscais não poderiam
continuar esperando sua aplicação indefinidamente”.
Demandas
dos servidores
As
principais demandas dos servidores federais são:
Reajuste salarial: os servidores reivindicam um reajuste de 20%, que corresponde à inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Reestruturação das carreiras: os servidores pedem a reestruturação de suas
carreiras, com a inclusão de novos níveis e faixas salariais.
Isenção do imposto de renda: os servidores pedem a isenção do imposto de renda
sobre os salários.
Impacto
das greves
As
greves dos servidores federais já começam a ter impacto na prestação de
serviços públicos. No caso dos auditores-fiscais da Receita, a paralisação pode
causar atrasos no desembaraço de cargas nos portos e aeroportos, o que pode
afetar o comércio e a indústria.
A
greve dos coordenadores de Aprendizagem pode afetar as fiscalizações do
Ministério do Trabalho e Emprego, o que pode levar a um aumento na
informalidade e na exploração de trabalhadores.
O
clima de insatisfação entre os servidores federais é crescente e, se o governo
não atender às demandas, as paralisações podem se intensificar.
Fonte: Portal Jetss
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