Foto reprodução
O
governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recuou da decisão de participar
do ato organizado em Brasília nesta segunda-feira (8) para marcar um ano dos
ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. As informações são da Folha de São Paulo.
A
agenda do governador dizia que Zema estaria no Congresso Nacional às 15h,
horário do evento com a presença dos presidentes da República, Lula (PT), e do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além do presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), Luís Roberto Barroso, e o do TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
Alexandre de Moraes.
Sob
pressão de aliados, Zema faltou e divulgou depois vídeo dizendo ter recebido
informações de que o evento virou "político", e não institucional.
Integrantes
de seu partido, o Novo, anunciaram que ele faltaria horas após ele anunciar que
iria participar.
"Zema
não vai à festa da Ditadura Indisfarçável de Lula e Moraes", escreveu em
rede social o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).
A
equipe de Zema chegou a confirmar presença com o cerimonial responsável pelo
ato no Congresso, segundo organizadores da cerimônia. O episódio de seguidos
recuos incomodou uma ala do Novo e é atribuído à falha da equipe de comunicação
do governador.
Com
o recuo, Zema se alinha a outros governadores de oposição a Lula, que também
desfalcaram a solenidade.
O
de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está emférias na Europa e só
retorna ao Brasil na noite desta segunda (8).
O
do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também está em férias. Jorginho Melo
(PL), de Santa Catarina, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, disseram ter outros
compromissos marcados anteriormente.
Correligionários
do governador mineiro, que é apontado como um possível pré-candidato à
Presidência da República, avaliavam, na semana passada, como de risco uma
possível ida de Zema ao ato em Brasília, sobretudo por conta do seu
relacionamento com a Assembleia Legislativa.
De
um total de 77 deputados da Casa, Zema tem o apoio oficial de 57. Ainda assim,
não vem conseguindo aprovação, na velocidade que gostaria, de projetos de
interesse do governo. Entre os aliados, 10 são do PL, partido do ex-presidente
Jair Bolsonaro, que teve apoiadores presos nos ataques de 8 de janeiro.
O
governador estava em Brasília para uma reunião, que aconteceria após o ato, com
o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, conforme informações do
Palácio Tiradentes.
Zema
tenta negociar com a União o pagamento da dívida de R$ 160 bilhões que o estado
tem com o governo federal. Ao final do ano passado, porém, viu ao menos parte
do protagonismo da discussão cair no colo do presidente do Congresso Nacional,
senador Rodrigo Pacheco (PSD), um possível candidato ao Governo de Minas em
2026.
O
senador, em conversa que envolveu diretamente o presidente Lula, apontou como
uma das saídas para o pagamento da dívida a entrega das estatais Cemig e
Codemig para abatimento do passivo. A proposta está sob análise do governo
federal.
Empresário
que entrou para a política e está no segundo mandato, Zema enfrenta
desconfiança dos apoiadores de Bolsonaro, ainda que tenha apoiado o ex-presidente
na eleição de 2022.
Para
tentar diminuir a resistência nesse setor, ele passou a incluir em suas falas
acenos a bandeiras ideológicas da direita.
No
ano passado, por exemplo, o mineiro disse que "o carro elétrico é uma
ameaça" aos empregos no Brasil, mesmo sendo Minas um estado que tem obtido
recursos com o lítio, principal componente para baterias desses veículos.
O
raciocínio ecoou a posição do ex-presidente americano Donald Trump, que ataca o
estímulo a veículos elétricos adotado por Joe Biden, seu virtual adversário na
eleição de 2024. Trump sustenta a ideia de que a transição para carros menos
poluentes beneficiará a indústria chinesa.
A
declaração foi feita após Zema estreitar relações com empresas da China, o que
levou a críticas em redes sociais. Em novembro, o governador foi ao país
asiático para fechar um acordo com a companhia de telecomunicações Huawei,
citada em suspeitas de espionagem.
Alas
radicais do bolsonarismo têm restrições à China por ser um país sob ditadura
comunista.
Uma
das crises que o governo mineiro enfrentou na Assembleia Legislativa foi por
ter enviado um projeto de reforma administrativa que contemplava na área de
educação a premissa da diversidade de gênero, associada por conservadores ao
que chamam de "ideologia de gênero".
Em
encontro com Bolsonaro em outubro do ano passado, o governador buscou minimizar
as divergências. "Recebendo o presidente @jairbolsonaro em Minas. Com um
cafezin e pão de queijo, todo mundo se entende!", escreveu Zema.
"[É
um] governador que pode ter seus defeitos, mas, no final, vem fazendo bom
trabalho em Minas Gerais. Preferimos potencializar as virtudes do que possíveis
equívocos", disse Bolsonaro.
AVISO: Os
comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do
Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou
reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem
de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados
que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso. Guarda
Municipal de Juazeiro participa de palestra sobre a Lei Maria da Penha e
combate à violência doméstica.
Postar um comentário