(*)Taciano Medrado
No dia 28 de abril de 2023, o renomado, jornalista brasileiro, colunista dos
jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, José Roberto
Guzzo, publicou nesse último veículo citado (Revista Oeste) um extenso
artigo opinativo com o título: GOLPE EM CÂMARA
LENTA, que passados quase nove meses continua com prazo de validade em dia.
O
texto é fantástico, mas um fragmento me chamou atenção, e tomei a liberdade de reescreve-lo, Ipsis
litteris, e gostaria de compartilhar com
os prezado (a)s leitore(a)s.
"A ideia de Lula e
do seu Sistema não é dar um golpe de Estado, no estilo comum dos golpes de
Estado que você conhece. Não haverá tanque de guerra na rua, nem tropa de
fuzileiro naval tomando a central de luz elétrica, nem fechamento do Congresso
ou de qualquer outra “instituição”. Não haverá sessão conjunta da Câmara e
Senado para anunciar o novo regime — a ser descrito oficialmente, claro, como
um esforço de heróis para salvar a “democracia” no Brasil. A intenção é
construir a ditadura passo a passo, com atos administrativos, portarias do
Supremo Tribunal Federal e da sua coleção de “tribunais superiores” de
Brasília, de decretos-lei baixados pelo presidente e assim por diante. Vão
anular leis aprovadas de forma legítima pelo Congresso — todas as que estiverem
atrapalhando. Vão anular, por via do STF, até decisões anteriores do próprio
STF, alegando que “o tempo passou” e a realidade agora é “outra”. Vão
multiplicar “medidas provisórias” dando mais poderes a si próprios, criar
serviços de repressão na estrutura do Estado e impor a censura nas redes
sociais, como exposto acima. Vão “interpretar” a Constituição de forma a tornar
legal tudo o que querem e ilegal tudo aquilo que não querem. Vão eliminar
direitos, enfiar adversários na cadeia por atos de vontade do Poder Judiciário
e expropriar propriedade privada, através de bloqueios de contas bancárias,
multas e providências de “desmonetização”. Em suma: vão construir, com
despachos do Palácio do Planalto, sentenças do STF e trapaças no Congresso, uma
ditadura legal — e, a partir daí, exigir que todos obedeçam à legalidade que
eles próprios criaram. É isso, exatamente, o que têm feito há anos seguidos e,
mais ainda, depois que foram para o governo. Tem toda a cara de tirania — ou
algo tão parecido que não dá para notar a diferença."
J. R. Guzzo
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