Fotomontagem TM
Por: Taciano Medrado
Depois de acumular gafes, ilações e falas preconceituosas desde o período da pré-campanha eleitoral, o "sem filtro" entre o cérebro e a boca, Lula, volta com força total em grande estilo.
Nesta sexta-feira (2) uma declaração de Lula (PT) gerou reações nas redes sociais.
Durante evento de anúncio de investimentos da Volkswagen em São Bernardo do
Campo (SP), o presidente, ao apresentar uma jovem negra que estava no palco,
afirmou que "uma afrodescendente assim gosta de um batuque, de um
tambor".
"Essa
menina bonita que está aqui, eu estava perguntando o que faz essa moça sentada,
que não ouvi ninguém falar o nome dela", disse Lula. "Eu falei: ela é
cantora, ela vai cantar. Aí perguntei, [me responderam] não, não vai ter
música. Então ela vai batucar alguma coisa. Uma afrodescendente assim gosta de
um batuque, de um tambor. Também não é. Então eu falei nossa, é namorada de
alguém. Também não é."
A
jovem havia sido premiada pelo trabalho como aprendiz na Volkswagen. "O
que que é essa moça? Essa moça foi premiada como a mais importante aprendiz
dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha", continuou Lula.
O
senador Flávio Bolsonaro (PL) definiu o episódio como racismo, mau-caratismo e
desrespeito. "Lula não tem nada de inocente. Ao invés de prestigiar a
jovem pelo prêmio, ele a limitou a uma visão preconceituosa e medíocre",
escreveu no X, antigo Twitter.
"Além
de antissemita é racista. Imaginem se a frase tivesse saído de outra boca
",
escreveu Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo de Jair
Bolsonaro (PL).
Sérgio
Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares no governo Bolsonaro, também
se manifestou. "Se fosse Bolsonaro, movimento negro, Lázaro Ramos e
ministro dos manos estariam a caminho do STF. Como partiu de Lula, é
'preconceito do amor'", disse. "A moça ganhou prêmio da Volkswagen.
Conquistou o primeiro lugar por mérito e esforço. Não foi batendo tambor."
Integrantes
do movimento negro também consideraram a declaração racista. "Isso aqui
tem nome: Racismo. Constrangimento. Fetichismo", escreveu Jackson Augusto,
da Coordenação Nacional do Movimento Negro Evangélico e do grupo
PerifaConnection.
O episódio figurava como um dos assuntos mais falados do X neste sábado (3). Lula ainda não respondeu às críticas.
Em
julho do ano passado, Lula havia sido criticado por ter dito em Cabo Verde,
arquipélago africano, que tinha uma "profunda gratidão" ao continente
"por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso
país".
Com informações da Folha de São Paulo
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