O segundo maior volume de importações da indústria química brasileira foi registrado em 2023: US$ 61,2 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A produção nacional exportada no ano somou US$ 14,6 bilhões. O número é 15,6% menor que em 2022, o que gerou déficit comercial no setor de US$ 46,6 bilhões.
O
levantamento da Abiquim mostra que a maior parte do que chega ao Brasil vem da
Ásia (excluído o Oriente Médio), representando 29% de tudo que é importado.
Apenas do continente asiático as importações em 2023 chegaram a US$ 17,7
bilhões. Para o presidente-executivo da entidade, André Passos Cordeiro,
existem fatores conjunturais que explicam esse desequilíbrio, entre eles a
guerra da Ucrânia.
“Essa
guerra da Rússia com a Ucrânia fez com que a China tivesse acesso a
matéria-prima mais barata — óleo e gás natural — para a fabricação de produtos
químicos. O que garante que ela consiga fazer um preço menor para seus produtos
químicos”, explica.
Políticas
públicas e incentivos fiscais
São
Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia estão entre os estados
considerados polos petroquímicos no Brasil. O deputado federal Daniel Almeida
(PCdoB-BA) acredita que a indústria química é peça fundamental do setor
produtivo brasileiro e deve ser fortalecida. Segundo o parlamentar, que tem
unido forças no Congresso Nacional para reforçar as políticas públicas de
incentivo à essa indústria de base, as ações feitas no exterior são exemplos
para o Brasil. Hoje, Almeida julga que, da forma que se encontra, a
indústria nacional "perde competitividade."
“E
perde para a indústria química de outros países que adota políticas específicas
para a sua indústria química: Alemanha, China, Estados Unidos. Não podemos
permitir que isso aconteça.”
Nessa
linha, o deputado ressalta a importância de se manter incentivos como
o Regime Especial da Indústria Química (Reiq), instituído em 2013, mas que
ficou suspenso no governo Bolsonaro por 10 meses e voltou a ser aplicado
em novembro de 2023. De acordo com Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o regime prevê isenção de PIS/Cofins na
compra dos principais produtos usados na indústria petroquímica e reduz a
diferença de custos entre as empresas brasileiras e suas concorrentes internacionais.
Volta
da competitividade
Apesar
do cenário de desequilíbrio comercial, o presidente da Abiquim garante que
a indústria química instalada no país tem condições de promover o
desenvolvimento sustentável e voltar a ser competitiva internacionalmente.
Para isso, a matriz de insumos é o ponto central dessa pauta, conforme André
Passos Cordeiro.
“Aumentar
a proporção do gás natural na matriz de insumos, no percentual de insumos
usados na indústria petroquímica é fundamental para torná-la mais competitiva.
Nós temos que ter mais gás e a preços mais baratos, a preço que possa competir
com preços praticados nos Estados Unidos, Europa e Ásia”.
O
dirigente cita ainda que é preciso “potencializar o Reiq” para haver
condições de concorrer com os pesados subsídios americanos e asiáticos. “[Temos
que] Aumentá-lo, intensificá-lo e fazer com que ele tenha uma redução de
imposto maior e consiga abranger mais produtos petroquímicos", enfatiza.
Fonte: Brasil 61
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