O
julgamento do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, que acontece esta semana
na Espanha, pode ser
estendido por mais um dia. As sessões do caso estavam previstas para terminar
nesta quarta-feira (7), quando o brasileiro dará seu esperado depoimento.
No
entanto, a Justiça estuda prolongar o julgamento até quinta-feira (8), caso a
fala de Alves se estenda mais que o esperado. O brasileiro responde pela
acusação de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona, na
Espanha. Ele nega.
Esta
será a primeira vez que Alves falará publicamente sobre o caso desde que foi
preso, em 20 de janeiro de 2023, enquanto prestava depoimento em uma delegacia
de Barcelona. Na ocasião, a polícia viu contradição na versão dada pelo
brasileiro.
A
expectativa para esta quarta é que o ex-atleta, que há mais de 380 dias em
prisão preventiva, apresente no tribunal uma nova versão sobre o episódio.
Desde que o caso veio a público, ele deu
quatro versões sobre o que ocorreu:
No
início de janeiro de 2023, em um vídeo enviado ao canal espanhol Antena 3
depois que o caso veio a público, o jogador negou ter ocorrido relação sexual e
disse que sequer conhecia a denunciante. "Nunca vi essa senhora na
vida", afirmou.
Dias
depois, em um primeiro depoimento à polícia, Daniel Alves declarou ter entrado
no banheiro junto com a espanhola, mas negou ter havido qualquer relação entre
os dois.
Em
20 de janeiro, convocado a um segundo depoimento em uma delegacia de Barcelona,
quando foi preso em flagrante, o jogador Alves alegou que a jovem praticou sexo
oral nele, porém de forma consensual. O atleta mudou a versão ao ser
confrontado pela polícia com imagens da boate.
Em
17 de abril de 2023, já preso, Daniel Alves declarou à juíza responsável pelo
caso que manteve relações sexuais consensuais com penetração (àquela altura,
exames periciais haviam encontrado sêmen do jogador na espanhola). O
brasileiro, que era casado com modelo espanhola Joanna Sanz quando ocorreu o
episódio na boate, argumentou ter mentido, em um primeiro momento, para ocultar
uma relação extraconjugal.
Além
disso, no início da sessão no primeiro dia de julgamento, na segunda, a
advogada do ex-atleta, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de
um "tribunal paralelo", feito, segundo ele, pela opinião pública. A
defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo
caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.
Guardiola
solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o
julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria
contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados.
No
total, o julgamento, que deve encerrar nesta tarde, ouviu 28 testemunhas, além
de Daniel Alves e da vítima, que falou em sessão privada na segunda-feira (5).
Foi
a primeira aparição pública do brasileiro desde que ele foi preso, em 20 de
janeiro de 2023. Ele deveria prestar depoimento na própria segunda-feira, mas
sua advogada pediu para que a fala de seu cliente fosse transferida para a
última sessão, na quarta-feira (7), e a juíza responsável pelo caso acatou o
pedido.
Ela
falou aos juízes na mesma sala em que o brasileiro estava, mas os dois não
tiveram contato visual.
Sua
voz foi distorcida para proteção, e a imprensa foi proibida de acompanhar o
depoimento — desde o início do caso, a juíza responsável pelo julgamento
proibiu a divulgação da identidade e de imagens da jovem. Segundo a imprensa
espanhola, com base em fontes judiciais, a jovem manteve sua versão original, a
de que foi estuprada pelo brasileiro.
As
testemunhas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa
quanto pela acusação.
Seis
testemunhas prestaram depoimento nesta primeira sessão, entre elas, a mãe de
Daniel Alves.
As
outras 22 testemunhas falaram na terça.
Já
nesta última sessão, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um
relatório e conclusões, além de ouvir Daniel Alves.
A
juíza Isabel Delgado Pérez, que julga o caso, ficará responsável por elaborar a
sentença. Ao g1, o tribunal disse que
ainda não há prazo para que saia a sentença final ao jogador. Até lá, Daniel
Alves permanecerá em prisão preventiva, em um presídio nos arredores de
Barcelona, segundo a decisão atual da Justiça.
O
Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão ao jogador. A defesa
da mulher que denunciou o estupro queria uma sentença maior, de 12 anos de
prisão.
O
que diz a acusadora
A
mulher que acusa Daniel Alves de estupro afirma que, na noite em que, segundo
ela, o estupro ocorreu, estava com uma amiga e uma prima na área VIP da boate
Sutton e que já tinha dançado com o jogador e amigos dele. Depois disso, diz
ela, o atleta insistiu para que a jovem o acompanhasse até um outro recinto.
A
jovem alega que achava que, nesse segundo espaço, havia uma nova área VIP. Ao
entrar, no entanto, notou que estava num banheiro pequeno, que só tinha um vaso
e uma pia. Lá, segundo a acusadora, aconteceu o estupro.
Fonte: G1 - Mundo
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