Fotomontagem TM
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de operação da Polícia Federal (PF)
deflagrada nesta quinta (8) que investiga uma tentativa de golpe de Estado para
mantê-lo no poder. As informações são da Folha de São Paulo.
A
PF foi à casa dele, em Angra dos Reis, e apreendeu o celular de um de seus
assessores, Tercio Arnaud Thomaz, que estava na residência.
Determinou
também que Bolsonaro entregasse o passaporte. Como o documento não estava em
Angra, os policiais deram 24 horas para que ele seja entregue.
"Saí
do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável",
disse Bolsonaro numa ligação de WhatsApp por vídeo à reportagem.
Além
de determinar a entrega do passaporte, a PF informou ao ex-presidente que ele
está proibido de se comunicar com os outros alvos da operação.
"Me
esqueçam, já tem outro governando o país", seguiu o presidente.
Ele
afirmou à reportagem que está ainda se inteirando das buscas e apreensões e das
prisões e que não poderia dar mais declarações. "Estou tentando entender,
parece que é um novo inquérito", disse.
A
PF deflagrou nesta quinta a Operação Tempus Veritatis para apurar organização
criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado
Democrático de Direito. Ela teria tentado obter vantagem de natureza política
com a manutenção do então presidente da República no poder mesmo depois de
derrotado por Lula nas eleições.
As
informações que embasaram a operação foram coletadas na delação do ex-ajudante
de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Os
policiais cumprem 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão
preventiva em 10 estados e no Distrito Federal (DF).
Dois
ex-assessores de Bolsonaro _o coronel Marcelo Câmara e Felipe Martins _foram
presos.
Há
ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados,
retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.
Entre
os alvos da operação estão os ex-ministros de Bolsonaro general Augusto Heleno
(GSI), general Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça) e o
ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, como mostrou a Folha de
S.Paulo.
Nogueira
é acusado de ter comandado a investida do Exército contra as urnas eletrônicas.
O
presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também é alvo de busca e apreensão.
Na
lista estão ainda o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e
o general Estevam Theophilo Gaspar. Ligado a Paulo Nogueira, ele foi o chefe do
Comando de Operações Terrestres do Exército no governo Bolsonaro.
Além
dos mandados de prisão preventiva contra Felipe Martins e Marcelo Câmara, um
outro assessor, Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército, deve
ser detido e está sendo procurado.
As
medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Segundo
a PF, as investigações apontam que o grupo investigado se "dividiu em
núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições
Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a
viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia
digital."
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