A
polarização vista nas eleições presidenciais de 2022 deve ter mais influência
na escolha para as prefeituras dos pequenos e médios municípios do que das
grandes cidades e capitais. A avaliação é do cientista político Marcio Coimbra,
presidente do Instituto Monitor da Democracia e vice-presidente da Associação
Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
"Eu
acredito que onde a gente tenha cidades médias e menores talvez a gente
tenha uma maior polarização, e em grandes centros urbanos do tamanho de São
Paulo e Rio de Janeiro isso não tenha tanta interferência", afirma.
Segundo
Coimbra, nas eleições municipais de 2020, a polarização protagonizada por PT e
PL não teve tanta força na disputa pelas prefeituras dos grandes centros
urbanos, o que pode se repetir este ano, com exceções a alguns locais, como
Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG).
Há
quatro anos, nenhuma das 26 capitais elegeu prefeito de um desses dois
partidos. Coimbra diz que nas grandes cidades a polarização acaba ofuscada
pelos partidos de centro, que costumam se aliar à direita ou à esquerda, a
depender das circunstâncias, captando votos de ambos os lados do espectro
político-ideológico.
"Esses
partidos de centro acabam por ter uma maior vitalidade nas eleições municipais
do que os partidos que carregam uma forte ideologia. Tradicionalmente, você vai
ver sempre em grandes capitais os partidos de centro com maior espaço. A gente
vê isso com o Ricardo Nunes, em São Paulo, e com o Eduardo Paes [no Rio de
Janeiro]", pontua.
Disputas
em andamento
A
nove meses do primeiro turno, a corrida eleitoral está a todo vapor. Na maior
cidade do país, o atual mandatário, Ricardo Nunes, vai concorrer à reeleição,
tendo como principais adversários o pré-candidato pelo Psol, Guilherme Boulos,
e a pré-candidata pelo PSB, Tabata Amaral.
Para
Coimbra, Ricardo Nunes desponta como favorito, porque seu principal adversário,
Boulos, teria o chamado "teto" de votos. Embora corra por fora, a
candidatura de Tabata Amaral tem um elemento de desequilíbrio a seu favor,
avalia.
"Se
ela conseguir um crescimento como terceira via, é alguém que pode passar ao
largo do Boulos e do Ricardo Nunes, porque ela tira votos dos dois lados. Se
ela chegar ao segundo turno, chega como favorita, seja contra o Ricardo Nunes,
seja contra o Boulos", diz.
No
Rio de Janeiro, o cenário de concorrentes é mais incerto. O atual prefeito,
Eduardo Paes, pode enfrentar o deputado federal Alexandre Ramagem, do PL, e
Tarcísio Motta, do Psol, e Pedro Duarte, do Novo. Na capital fluminense,
Paes tem cenário favorável, afirma o cientista político.
Fonte: Brasil 61
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