Em meio a explosão de casos de dengue em Minas Gerais, 10 mil amostras estão paradas aguardando análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed). O acúmulo é resultado da alta demanda deste período —que se anuncia como a pior epidemia da história no estado—, superior à capacidade de processamento do instituto.
A
Fundação recebe, em média, mais de 2.500 amostras por dia no Laboratório
Central de Saúde Pública (Lacen-MG). “O que equivale a algo em torno de 6.000
exames, já que, para cada amostra, são realizados de 2 a 3 exames”, disse à
reportagem do Estado de Minas por meio de nota. Hoje, a Funed realiza
diariamente cerca de 4.500 exames.
Desde
meados de janeiro, a quantidade de amostras recebidas diariamente pela Fundação
supera a capacidade de processamento da unidade, “O que gera acúmulo de
amostras a serem analisadas”, reconheceu o instituto. Só em fevereiro deste
ano, a Fundação dobrou o número de amostras recebidas para diagnóstico de
arboviroses na comparação com todo o ano de 2023, quando foi registrado recorde
de demanda.
Diante
desse cenário, a Funed diz ter aberto chamamento público emergencial para a
contratação de profissionais para ampliação temporária das atividades do Lacen
para 24 horas. “A expectativa é que, com a implantação do turno de trabalho
noturno, a capacidade operacional chegue a 7.000 a 8.000 exames por dia”. A
Fundação não especificou prazo para início da ampliação.
Dengue
em Minas
Com
a projeção de 483.296 casos prováveis, conforme o Painel de Vigilância
Epidemiológica de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) —atualizados
nesta sexta (8/3)—, Minas Gerais confirma mais seis novas mortes por dengue
dentro de 24 horas. O estado já contabiliza 60 mortes pela doença, o triplo do
número registrado há apenas 17 dias. Outros 302 óbitos ainda estão em
investigação.
A
pressão no sistema de saúde em Belo Horizonte —cidade líder em número de casos
confirmados de dengue no estado— força a prefeitura a ampliar o atendimento.
Neste sábado (9/3) e domingo (9/3), 16 centros de saúde da capital, que costumam ficar fechados no fim
de semana, abrem as portas para reforçar o atendimento a pacientes com
sintomas gripais e de arboviroses.
Até o momento, BH tem 11.452 diagnósticos positivos de dengue, alta de quase 15% no intervalo de apenas quatro dias. Outros 48.329 casos ainda aguardam resultado de exames para confirmar a doença.
Dado a gravidade da doença, Belo Horizonte abriu, em janeiro, três unidades específicas para atendimento de arboviroses e outras quatro para reposição hídrica, além das unidades no Barreiro e dos 152 centros de saúde espalhados em nove regionais que podem ser procurados por quem precisa de assistência.
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